13/06/2021 - 16:19
A McLaren teve sucesso nos EUA com a Indycar, mas foi ainda mais bem-sucedida na Can-Am. De 1967 a 1971, os maravilhosos carros laranja-claro da equipe eram quase imbatíveis. Bruce McLaren foi campeão da Can-Am em 1967 e 1969, seu companheiro de equipe Denny Hulme foi o vencedor em 1968 e 1970 (quando Bruce morreu) e Peter Revson levou o título em 1971. Além disso, a McLaren venceu todas as 11 corridas da Can-Am em 1969 (Bruce seis, Denny cinco). Um dos desempenhos mais impressionantes de qualquer equipe de corrida, em qualquer categoria, em qualquer época.
Até hoje, quando vejo um McLaren M8 – o icônico Can-Am McLaren com motor da Chevrolet, que dominou campeonatos em todas suas variantes (M8A, M8B, M8D e M8F) – fico maravilhado com a elegante brutalidade dele. E o som que o Chevy V8 de 750 cv e 8,1 litros faz quando se afunda o pé nunca deixa de me arrepiar. Se você já ouviu um em carga total no Festival de Velocidade de Goodwood, sabe o que quero dizer.
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Nunca dirigi na Can-Am, mas, em 1974, a McLaren me deixou correr com o Porsche 917/10 Intersérie em Nürburgring Nordschleife, pouco antes do GP da Alemanha – o que eu queria fazer para conhecer melhor o famoso e assustador circuito.
A Porsche já havia usado um carro muito semelhante na própria Can-Am – conquistando as temporadas de 1972 e 1973 com George Follmer e Mark Donohue ao volante – e os Porsche 917 da Can-Am eram ainda mais potentes que aqueles McLaren que haviam vencido quase tudo antes deles, ainda no final dos anos 60 e início dos anos 70.
O Porsche 917/10 que pilotei em Nurburgring em 1974 era incrivelmente potente – o motor 5.0 V12 biturbo tinha mais de 1.100 cv, tanta potência que o tornava forte candidato à vitória. Mas fiquei satisfeito por conquistar a pole-position, mesmo sem experiência com ele.
Na manhã da corrida, com uma forte neblina e uma chuva torrencial, devo admitir que fiquei com receio do que estava prestes a fazer: correr com um míssil de 1.100 cv na pista mais desafiadora do mundo, em meio a uma tempestade – temerário, na melhor das hipóteses, ou louco, na pior delas.
Quando cheguei ao circuito, os mecânicos da Porsche estavam em pânico. “Emerson, seu motor está funcionando com só dez cilindros, vamos ter que trocar”, gritavam. “Não façam isso”, implorei, “não preciso de mais que dez cilindros hoje, ainda mais neste circuito, com poças em toda parte!”
Eles fizeram como eu pedi – e, com apenas dez cilindros funcionando, ainda terminei a prova em um ótimo sexto lugar. Na verdade, acho que não teria sido mais rápido mesmo se os 12 cilindros estivessem atuando, porque os pneus perdiam aderência em todas as marchas, mesmo usando apenas dez deles.
Era um carro assustador e uma corrida complicada, mas consegui o que queria: conhecer um pouco melhor o circuito mais desafiador do mundo.
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