(Depois de usar o espaço nas últimas quatro edições para falar sobre as melhores ultrapassagens de sua carreira e as melhores técnicas – você pode conferir tudo em nosso siteEmerson conclui aqui o tema. E também sua coluna: após quase dez anos falando sobre sua história, a da F1 e a da Indycar, esgotados os temas, ele encerra a colaboração conosco. Muitíssimo obrigado, campeão!)

Na última coluna, falei de minha famosa ultrapassagem “extrema” sobre Al Unser Jr., que terminou com ele rodando e eu levando o prêmio da Indy 500 de 1989. Mas o fato é que, com caras como Unser Jr., sabemos que podemos tirar “finas” e fazer manobras assim sem medo. E posso dizer exatamente a mesma coisa sobre todos os grandes nomes do automobilismo – tanto na F1 quanto na Indycar.

Afinal, é apenas quando estamos competindo na pista com alguém um pouco menos talentoso – e que, portanto, precisa explorar seus próprios limites simplesmente para garantir as metas de tempos de volta da equipe –, que surgem os problemas. Porque, quando um cara que está nessa posição se vê envolvido em uma situação mais extrema e não tem uma “reserva de talento” à qual possa recorrer, o resultado pode ser um verdadeiro desastre.

E, de fato, na Fórmula 1 dos dias de hoje, tudo continua exatamente igual. Apesar do que possa parecer, nada mudou. Alguns dos pilotos da minha geração gostam de criticar a Fórmula 1 moderna, e acusam os pilotos atuais de dirigirem muito mais perigosamente, de não deixarem nenhuma margem para erros. Sem dúvida, vimos algumas ocorrências em pista questionáveis ​​nos anos recentes – mas isso também acontecia, e bastante, na minha época.

Querem um exemplo? Bem, um dos meus rivais mais agressivos em pista, Clay Regazzoni, com quem disputei (e acabei vencendo) o campeonato mundial de 1974, era uma pessoa simplesmente adorável fora das pistas, mas um piloto inaceitavelmente combativo quando colocava o capacete e baixava a viseira. Costumávamos dizer que ele tinha o carro mais largo da Fórmula 1, porque ficava indo de um lado para o outro da pista, até nas retas.

Mesmo com o uso do sistema DRS, que reduz o arrasto e dá vantagem para quem está buscando a ultrapassagem, elas ainda são muito difíceis, e é assim mesmo que devem ser. Pois é justamente isso que torna uma grande manobra de ultrapassagem um espetáculo tão maravilhoso de se ver. Sempre fui do grupo que apoiou totalmente a necessidade de tornar as corridas o mais seguras possível, mas isso não significa que devam ou possam ser totalmente livres de riscos. E isso é tão verdadeiro agora como sempre foi para Jackie e François e Carlos e Ronnie e eu.

Além disso, agora, como antes, os verdadeiros grandes pilotos sempre se permitem – e sempre permitiram também aos seus rivais, mesmo nas situações mais difíceis – um certo espaço para “operar”; sempre respeitam e sempre respeitaram o espaço um do outro; hoje, eles correm com dureza, porém de um modo justo, como sempre fizemos.

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