25/11/2021 - 22:32
Em julho, o circo da Fórmula 1 foi à Silverstone para o Grande Prêmio da Inglaterra, prova que sempre me traz lembranças do verão inglês – estação em que, considerando o clima da Grã-Bretanha, há tanta probabilidade de chover quanto de sair um sol escaldante! Na verdade, experimentei os dois extremos ao ganhar o GP da Inglaterra pela McLaren em 1975, quando a chuva foi tão forte que a corrida precisou ser abortada – felizmente, comigo na liderança.
Para mim, o automobilismo no Reino Unido sempre teve Silverstone como destaque. Corri na Fórmula 1 em Silverstone e em Brands Hatch – o GP da Inglaterra costumava se alternar entre os dois locais durante os anos 60, 70 e 80 –, mas sempre preferi Silverstone porque era um circuito muito mais rápido do que Brands.
Sempre adorei as curvas longas e rápidas de Silverstone – e, na década de 1970, o circuito tinha várias: Copse, Stowe, Club e, a mais famosa de todas, Woodcote. No início dos anos 70, costumávamos correr por Woodcote sem a redução das chicanes. Era muito rápida – uma das mais rápidas do mundo na época.
+Segurança na Fórmula 1: como a morte de Senna ajudou a salvar vidas
+Exclusivo: como Prost fez Senna perder o contrato com a Ferrari
+Exclusivo: Emerson Fittipaldi acelera um Fórmula 1 moderno
+Emerson Fittipaldi: o funeral de Senna e o seu legado
Meu McLaren M23 era um ótimo carro em Silverstone – nós o usávamos com uma distância entre-eixos maior lá, então ficava com mais peso na dianteira, o que o tornava mais estável na Woodcote. Nos aproximávamos dela em quinta marcha, a uma velocidade de cerca de 270 km/h. Você não freava na curva, apenas aliviava o pé – nada mais do que isso – e fazia a curva. Muito rápido. Era o maior desafio em todas as voltas.
Eu lembro que, logo após o ápice, havia um pequeno calombo, então o carro saltava – aí ocorria um leve sobresterço na saída, e você equilibrava o carro girando o volante. Era uma curva simplesmente fantástica. Há diversas fotos clássicas de Woodcote, com todos os grandes campeões passando rápido por lá. De fato, o espírito das corridas deste GP estava naquela curva especial.
LEIA AQUI MAIS TEXTOS DE EMERSON FITTIPALDI
Silverstone sempre foi muito rápido. Mesmo agora, ainda é – para uma pista da Fórmula 1 moderna. Naquela época, era uma das pistas mais rápidas do campeonato, atrás apenas de Monza. Nos anos 1950, era de Fangio e Moss, Silverstone ainda desempenhava um papel significativo no destino do campeonato mundial.
Há muita herança e tradição em exibição lá: Silverstone foi a primeira corrida no campeonato mundial de Fórmula 1 de 1950, foi onde o recém-falecido Froilan Gonzalez venceu seu primeiro Grande Prêmio da Ferrari, em 1951. E onde alguns dos meus heróis, como Jim Clark, Graham Hill e Jackie Stewart disputaram provas inesquecíveis.
Pessoalmente, cresci em Silverstone e tenho lembranças muito emocionantes de lá: corri pela Fórmula Ford em Silverstone, e a primeira vez que dirigi um carro de Fórmula 1 também foi lá. E disputar o Grande Prêmio da Inglaterra sempre foi uma situação de extrema pressão. Seja competindo pela Lotus ou pela McLaren, era a corrida “em casa” da equipe, e por isso sempre havia uma grande expectativa por um bom desempenho. E foi lá também que conquistei minha última vitória na F1, da qual falarei na próxima coluna.
MAIS NA MOTOR SHOW:
+ Qual é a melhor versão do Jeep Compass 2022?
+ Nova lei entra em vigor e tem alterações para motoristas de transportes
+ IPVA zero para motos até 150 cc é aprovado em Comissão
+ CNH: veja o que você precisa saber para a solicitação e renovação
+ FlixBus promete viagens de ônibus no Brasil a partir de R$ 19,90
+ App 99 oferece aluguel do kit de conversão de gás (GNV) para motoristas; veja como se inscrever
+ Kia lança o SUV híbrido Stonic no Brasil e promete mais 3 modelos
+ Mini traz ao Brasil série limitada em homenagem a John Cooper
+ Eletricz lança bike elétrica no Brasil com até 160 km de autonomia
+ Honda apresenta nova scooter aventureira em Milão; Hornet confirmada
+ Corvette de Velozes e Furiosos 5 será leiloado