01/06/2010 - 0:00
Na hora de comprar um carro há quem prefira fazer a escolha colocando, na ponta do lápis, todos os custos envolvidos, como o da manutenção, por exemplo. Mas muitos batem o martelo de maneira emocional, priorizando o design do carro.
Este comparativo tem representantes dos dois lados da moeda e até no nome os modelos dão a dica do tipo de compra que sugerem. Fit, se traduzido para o português, tem vários significados, entre eles, a expressão boa forma, que remete ao corpo. Já a palavra Soul significa alma.
Coincidência ou não, o modelo da Honda é a opção mais racional, pois é uma aquisição garantida com a certeza de uma boa aceitação de mercado e peças mais baratas. Já a novidade da Kia, fisga seu consumidor pela ousadia no visual e na proposta. A montadora até define seu crossover como “carro design” em sua campanha publicitária.
A verdade é que, assim como o Fit, a aparência do novo coreano divide opiniões. A diferença é que o monovolume da Honda já conquistou seu espaço no mercado e, por conta da credibilidade da marca, é comprado até pelos que não apreciam muito suas linhas. O Soul, por outro lado, tem uma boa carta na manga. Além da aparência futurista e atraente, tem um apelo muito tentador, principalmente para os consumidores mais impulsivos. Excelente espaço interno, bom desempenho e uma lista de equipamentos generosa aliada a um preço bastante competitivo (R$ 1.423 mais barato do que o Fit). Uma tentação.
*Os preços podem apresentar variações, dependendo da concessionária (Soul cotado direto na Kia)
Como pode ser notado nas tabelas das próximas páginas, com exceção do jogo de amortecedores, do pneu, da sonda lambda e da palheta do limpador de para-brisa, as peças do Fit são mais baratas que as do Soul. Ainda é válido ressaltar que as cotações do Honda foram feitas em concessionárias, enquanto as do Soul diretamente com a Kia, pois, até o fechamento da edição, as autorizadas ainda não tinham o catálogo das peças.
Apesar de ainda ser moderno, o Honda Fit, mais sóbrio, perde em originalidade para o novo Kia Soul. Em equipamentos, se equiparam: falta ar digital no coreano, mas o japonês não oferece a câmera de marcha à ré
*Os preços podem apresentar variações, dependendo da concessionária (Soul cotado direto na Kia)
Outra desvantagem do Kia foi a cotação da apólice de seguro, feita levando em conta apenas o preço, já que as seguradoras não têm estatísticas de sinistros e dados de reparabilidade para compor o valor real da apólice. A tendência é que o valor caia.
Comparando suas listas de equipamentos, a disputa fica bem acirrada. Se por um lado o Soul peca por não oferecer ar digital, regulagem de profundidade do volante e bancos de couro, dispõe de câmera de marcha à ré com visor LCD no retrovisor interno (com antiofuscamento automático), itens ausentes em seu rival. Só quem poderá dizer quem leva vantagem nos equipamentos é o consumidor, já que, dependendo das prioridades, um carro pode agradar mais que o outro.
Mas se nos itens de série o empate foi inevitável, ao comparar o desempenho dos veículos, o Kia leva a melhor. Com transmissão de apenas quatro marchas e motor 1.6, o Soul é muito mais ágil do que o Fit, que possui transmissão de cinco velocidades e motor 1.5 flex.
Se você procura um veículo com muita personalidade e cheio de inovações, o Soul pode ser a melhor compra. Agora, se você é do tipo que só bate o martelo analisando todos os riscos, pague um pouco mais e fique com o Honda Fit.