Se a geração anterior do Fox sofria com alguns pequenos problemas que acompanhavam o modelo desde seu lançamento em 2003, essa nova versão superou todos de maneira brilhante. O acanhado e desproporcional painel de instrumentos – o principal problema-, que, além de feio, dificultava a leitura dos instrumentos, foi substituído por outro agora vistoso e claro que pode dispor até mesmo de um bom computador de bordo em seu centro, como o da versão 1.6 avaliada.

Esse painel, com mostradores racionais e de compreensão instantânea, somado às novas forrações dos bancos e melhora na qualidade geral dos materiais de acabamento interno, valorizou o interior do carrinho, dando ao modelo um ar de modelo de categoria superior, tornando seu interior comparável ao de modelos mais caros. Muito positivo.

A nova frente também chegou em boa hora, em um momento em que a anterior já cansava o consumidor, há quase seis anos sem mudanças. Com linhas pautadas na dianteira do Polo europeu, com desenho de um designer brasileiro que atua na Volkswagen da Alemanha (leia reportagem sobre ele na seção Personagem desta edição), a frente atualizou o Fox, que nunca se destacou junto ao consumidor por ter linhas atraentes, uma vez que sua motivação de compra se concentrou sempre na funcionalidade de suas soluções construtivas, com teto alto e bom espaço para todos os passageiros.

O carro agora está maduro, acomodando perfeitamente bem motoristas de qualquer estatura (a combinação altura/distância do assento e do volante de direção permitem isso), com uma ergonomia elogiável, uma dirigibilidade impecável, um ótimo compromisso estabilidade/conforto do sistema de suspensões e um desempenho su ciente para um hatchback com sua proposta. Seu motor 1.6 8V de 104 cv (quando abastecido com etanol) não é dos mais potentes, mas movimenta o carro sem restrições, com performance próxima à de seus concorrentes com propulsores de maior cavalaria. Se você gosta e curte o ato de dirigir, vai adorar a tocada ágil do novo Fox 1.6. Muito recomendável.

CONTRAPONTO

O novo Fox é o típico exemplo de carro que melhorou muito com a maturidade. Realmente, como disse o Douglas, todos os pequenos defeitos que incomodavam desapareceram por completo. Durante o tempo em que usei o hatch no meu dia a dia, sempre me pegava pensando na possibilidade de ter um desses na minha garagem, coisa que não acontecia com o modelo anterior. Ele pode não ser empolgante, mas, racionalmente, eu não precisaria de nada além do que esse Volks oferece para meu transporte diário. Entre as mudanças, me agradaram muito o visual externo elegante e bem resolvido e a qualidade do material empregado no acabamento interno. De fato, a sensação a bordo é a de um segmento superior, inclusive com a diminuição do nível de ruídos graças a um melhor isolamento. Outro ponto elogiável é a racionalidade dos comandos. Agora, tudo está fácil, acessível, no lugar certo. Bem germânico.

Ana Flávia Furlan | Chefe de Reportagem