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Tudo bem que CrossFox e SpaceCross, na essência, podem até ser considerados verdadeiros crossovers. Durante um tempo, a perua e o hatch modificados até quebraram um galho para os fãs de aventureiros urbanos. Mas deixaram de convencer diante de um Ford EcoSport, pois não têm aquela cara de “jipinho” dele e dos que surgiram depois. Chega a ser quase inacreditável que a Volks esteja há tanto tempo fora desse mercado. Mas enfim terá um modelo para abalar o segmento – um inédito crossover nacional que será feito nessa mesma plataforma do Polo, derivado do conceito T-Cross Breeze mostrado no Salão de São Paulo. E não só: também lançará, ao menos na Europa, outro crossover, o T-Roc – posicionado entre o T-Cross e o Tiguan.

O T-Cross é o que mais nos interessa, até por ser o único com fabricação garantida no Brasil (informação que confirmamos com exclusividade ainda no ano passado). Como é um modelo global, sua estreia deve ocorrer no Salão de Genebra do ano que vem (março). Para os brasileiros, será mostrado em seguida – com vendas começando depois de poucos meses. O comprimento deve beirar os 4,17 m (tamanho de um Peugeot 2008; o Honda HR-V tem 4,23 m) e os motores serão os turbinados com injeção direta do Polo (1.0 TSI de 125 cv e 1.4 TSI de 150 cv; não haverá versão aspirada).

Já as transmissões serão manual ou automática, sempre de seis marchas. A novidade convive com o CrossFox, que depois será aposentado. Na faixa que vai de R$ 75.000 a R$ 115.000, ele vai enfrentar tanto os modelos de entrada do segmento dos SUVs e crossovers urbanos – versões mais básicas de 2008, Kicks, WR-V, EcoSport e Duster – quanto HR-V, Renegade, Creta e cia. Já acima disso, para brigar com Tucson, Compass e cia., o Tiguan atual – que acaba de ganhar opção 1.4 TSI com tração disnteira – segue firme por mais uns anos (convivendo com o novo). Para depois dar lugar a outra novidade…

O T-Roc é outro SUV na base MQB do Golf, que ficará entre o “T-Cross” e a nova geração do Tiguan. A Volks acha que há espaço na linha para ele, e está certa. Sua versão de produção será a que derivará mais diretamente do Golf e sua variante da plataforma MQB. Assim, se o Tiguan de nova geração cresceu e virou mais SUV (leia a seguir), esse outro SUV (que pode, sim, manter o nome T-Roc), será claramente um crossover. E isso não significa que será apenas uma versão elevada do Golf, pois terá um design próprio – que adiantamos aqui a partir de informações de fontes. A ligação mais estreita que vem à mente, dentro do grupo, é com o Audi Q2. Mas o porte será maior, na faixa de 4,32 m – medida de um Renault Duster.

O T-Roc será apresentado e fabricado na Europa ainda no fim do ano, mas não está programado para o mercado brasileiro antes de 2020. Dependendo do ibope que der, pode vir depois disso para substituir o Tiguan “velho” (que segue, por enquanto, cobrindo o “buraco” entre T-Cross e o Tiguan de sete lugares). Dependendo da recepção, pode ser fabricado aqui. Importado, teria mecânica do novo Golf europeu, com destaque para o inédito 1.5 TSI de 150 cv e o novo câmbio DSG de sete marchas. A tração será dianteira ou integral 4Motion. Seria um outro bom rival para Honda HR-V, Jeep Renegade e Hyundai Creta – mas por ser mais sofisticado na plataforma, na mecânica e na tecnologia, custaria um pouco mais – algo na faixa de R$ 130.000 a R$ 160.000.


A picape “à la Toro”

Da base do Polo nascerá também, entre 2018 e 2019, uma picape com estrutura monobloco, e não sobre chassi, nos moldes da Fiat Toro e da Renault Oroch (e com dimensões entre as das duas). Sem nome definido, é chamada de Saveiro MQB. Com 2,9 m de entre-eixos e 4,9 m de comprimento, ficará entre Saveiro e Amarok, na faixa de R$ 80.000 a R$ 130.000. Terá opções flex – 1.6 MSI e 1.4 TSI, com câmbio manual ou automático – e tração integral 4Motion opcional. O motor 2.0 a diesel (140 cv) da Amarok de entrada também é estudado.


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