Revolução? Não, obrigado. É assim que a Volkswagen vê a sexta geração do Golf. A marca não precisa partir de uma folha em branco para mostrar ao mundo a superioridade técnica e de qualidade de seu modelo mundialmente mais conhecido. A imagem do hatch já é forte e a marca não precisa arriscar soluções mirabolantes em um dos carros mais vendidos no mercado europeu por anos a fio. Golf já virou uma marca quase tão forte quanto VW. Os alemães sabem disso e vão preservar essa posição privilegiada do seu mais respeitado produto. E, claro, esse privilégio foi conquistado aos poucos, ao longo de 34 anos de desenvolvimento, culminando nessa novíssima versão que chega no segundo semestre.

Desde o lançamento de sua primeira geração, em 1974, o Golf tem crescido (veja comparação das medidas na próxima página) e se desenvolvido tecnologicamente. Essa será a sexta geração de um sucesso. Aqui no Brasil, estamos ainda na quarta geração, lançada em 1998 e reestilizada no ano passado. Ainda um bom carro, mas que já sente nas costas o peso da idade: depois de dez anos, fica difícil conciliar parâmetros tão distintos quanto estabilidade/dirigibilidade e conforto ao rodar, por exemplo. Afinal de contas, o que era bom há dez anos hoje pode ser passível de críticas. Se nosso Golf em 1998 recebia elogios por conciliar de maneira positiva o equilíbrio entre conforto e estabilidade, hoje os outros carros também evoluíram e podemos afirmar que esta característica já não é mais assim tão brilhante.

Motores a gasolina: de 80 a 200 cavalos

Além das versões diesel, 1.6 e 2.0, a sexta geração do Golf ainda terá quatro opções a gasolina. O modelo de entrada vem com um 1.4 aspirado, de 80 cv, que será restrito a alguns mercados. Além dele, serão oferecidos modelos 1.6 de 102 cv e versões turbinadas do 1.4, com potências de 122 a 170 cv. Para a versão GTI, um 2.0 turbo de, no mínimo, 200 cv. E ainda está em estudo, para 2010 ou 2011, uma versão híbrida, com o propulsor 1.4 associado a um motor elétrico.

 

Grandes entradas

A frente será ampla e elegante, com grandes entradas de ar e faróis alongados. Belo indicador dos novos caminhos de design para os modelos da marca

 

Evolução natural

Os bancos do C 63, acima, são peças únicas, com apoios de cabeça integrados. A tela de LCD do painel, acima e à direita, é escamoteável. Os freios com a marca AMG, à direita, não são eficientes como os da marca Br

 

Câmbio DSG, 7 marchas

O câmbio da nova geração do Golf poderá ser manual ou automático DSG (dupla embreagem e, por isso, trocas mais rápidas). No caso da transmissão automática, serão duas opções, de seis ou sete marchas. Esta última foi lançada há poucos meses, e já está sendo oferecida na geração atual do Golf europeu

 

Desde 1974, ele cresceu 51 cm

Em relação à primeira geração, apesar do entreeixos ter crescido apenas 18 cm, o comprimento aumentou em 51 cm e a altura em 6 cm. Como referência, o Polo atual tem 3,92 m de comprimento

Tanto que a matriz alemã lançou, em 2003, a quinta geração do carro com um novo monobloco que, entre outras coisas, apresentou ao mundo uma nova suspensão independente nas quatro rodas e um sistema de direção com novos posicionamentos e geometria que, em conjunto, colocaram o Golf um passo adiante da nossa geração quatro. A plataforma da quinta geração circula aqui sob o Jetta, o sedã fabricado no México: um exemplo em termos de equilíbrio da carroceria nas mais diversas condições sem perder maciez ao rodar. Um resultado positivo, fruto do desenvolvimento tecnológico da nova plataforma.

Depois de cumprir seu ciclo de vida, o velho Golf se aposenta, apesar de ainda mostrar-se competitivo em relação aos concorrentes, dando lugar à sua sexta geração. O novo modelo deverá ser apresentado no Salão de Paris, em outubro, quase na mesma data do nosso Salão do Automóvel de São Paulo. A boa plataforma praticamente não sofrerá alterações, mantendo a mesma configuração da suspensão independente nas quatro rodas e 2,58 metros de entreeixos, com a vantagem de ser equipado com um moderno sistema de direção eletro-hidráulica. Obviamente, o carro sofrerá uma evolução ainda mais significativa em termos de qualidade, segurança e conforto.

Com estes atributos, que já fazem parte do modelo geração cinco, o Golf deverá continuar mantendo sua significativa vantagem sobre os concorrentes. A sexta geração deverá ser mais rica em equipamentos e tecnologia, sem perder competitividade nos preços. Faltava à quinta geração um pouco mais de personalidade em suas linhas, que sobra nessa sexta geração e deverá atrair um novo público jovem: robustez e dianteira ampla e imponente – características da marca colocadas em destaque nas novas formas, com praticamente o mesmo comprimento (4,23 metros), evitando um gigantismo desnecessário.

No interior, o bom espaço do geração cinco será mantido, assim como o espaço do porta-malas. O novo Golf sofrerá, isso sim, um ganho na qualidade, sobretudo nos materiais do seu interior, com maior sofisticação em tudo que o motorista tem contato. O Golf continuará a ser vendido nas versões com duas e quatro portas e está previsto o lançamento em breve também de uma versão cabriolet, paixão dos europeus. Para os apaixonados pela esportividade, uma versão GTI deverá herdar a tração integral Quattro, dos Audi. Alguém duvida que o novo Golf continuará sua marcha de sucesso que já dura nada menos que 34 anos? Depois dessa mostra, acredito que não…

A falta de personalidade da quinta geração do Golf europeu foi solucionada: o novo modelo é mais belo e agressivo