Depois de conhecer o Peugeot 208 com motor 1.6, essa versão 1.5 pode até parecer meio fraca. E de fato é.

Mas como nem todo mundo tem como maior prioridade o desempenho, esse hatch de origem francesa possui, sim, seus atrativos.

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Eles começam pela sua principal característica, que não custa repetir: a posição de dirigir única e inovadora, com o belíssimo painel de instrumentos localizado bem no alto, visto por cima do volante levemente ovalado, de pequenas proporções e mais próximo do colo que o comum.

Para completar a lista de características positivas do carrinho, essa configuração Allure, vendida pelo valor sugerido de R$ 45.990, adiciona à já bem equipada versão de entrada Active (de R$ 39.990) uma bela central multimídia com tela sensível ao toque de operação simples e intuitiva, navegador GPS, retrovisores com ajuste elétricos, volante em couro e – a cereja do bolo – o teto panorâmico de vidro com forro de fechamento manual, uma oferta única no segmento.

Outra coisa que ajuda a tornar a vida a bordo do 208 especialmente agradável é não só o desenho do painel e dos detalhes das portas, de muito bom gosto, mas também os materiais usados. Não são especialmente sofisticados ou agradáveis ao toque – parte do acabamento, inclusive, tem uma facilidade enorme de ser riscado com uma arranhada de unha –, mas, visualmente, são atraentes e modernos.

Ao volante, no uso urbano, esse Peugeot tem uma direção elétrica que deixa fácil manobrar e estacionar – e seu motor 8V tem pico de força já a 3.000 rpm, respondendo sempre prontamente ao acelerador. Para completar, o câmbio tem engates precisos, embora com um curso da alavanca longo. Para quem dirige mais na cidade, a combinação entre essa agilidade, as suspensões confortáveis (menos esportivas do que no 206 e no 207) e o baixo consumo vai agradar, e não se sentirá falta do motor maior. Mas basta pegar uma estrada com a cabine e o porta-malas carregado para começar a sentir falta de uma unidade um pouco mais forte sob o capô. A situação não chega a ficar dramática como em um carro 1.0, mas, para esse tipo de uso e por esse valor, o mercado brasileiro tem opções mais interessantes.

Por quase exatamente o mesmo preço, por exemplo, a Ford vende o New Fiesta 1.6, agora nacional. Apesar de ter um acabamento mais simples, não oferecer o charmoso teto de vidro e ter uma central multimídia muito inferior, o concorrente tem motor bem mais potente, com 130 cv – e, ainda assim, mais econômico, graças ao uso do comando variável. Para completar, o Ford vem com uma lista mais farta de equipamentos, com ar digital automático, controles de tração e estabilidade e auxílio de partida em subidas. Aí é preciso se apaixonar bastante pelo interior do Peugeot para preferi-lo – o que, como se viu, é fácil.