O emblema PowerShift colado na tampa do porta-malas deste modelo anuncia uma das grandes evoluções desta nova geração do EcoSport, que já havia sido anunciada, mas somente agora chega ao mercado. Trata-se de um novíssimo câmbio de dupla embreagem com seis marchas que melhorou bastante o conforto e o consumo do utilitário. “Comparada às caixas automáticas convencionais, é 20 kg mais leve e ainda melhorou em 10% o consumo”, explica Matheus Batistuzzo, supervisor de engenharia. Fabricada pela Getrag (que também desenvolve para a BMW, Porsche, entre outros), está sendo usada pela primeira vez em um modelo nacional da Ford. “Nem no Fusion temos essa transmissão”, ressalta Batistuzzo.

Trata-se de uma transmissão mecânica com as funções automatizadas mas, para que as trocas sejam mais rápidas, precisas e suaves, o sistema utiliza duas embreagens. Uma delas controla as marchas ímpares e a outra, as pares. Enquanto a terceira está engatada, por exemplo, a quarta já fica pré-selecionada. Dessa forma, no momento da troca, não há um engate propriamente dito, mas apenas um novo acoplamento. Isso diminui a perda de torque e de tração. Entre os carros nacionais com câmbio automatizado, nenhum usa o sistema com dupla embreagem. Essa solução aparece em modelos mais caros e importados. E os resultados são realmente superiores aos dos convencionais.

No Eco, esse câmbio deu mais tempero à condução. As mudanças acontecem rapidamente e sem trancos. No modo D (Drive), a ênfase está no conforto, enquanto no S (Sport) as marchas são passadas em giros mais alto. Nesse acerto mais esportivo, quando se usa o kickdown (o acelerador é pressionado até o final de seu curso para fazer reduções), as trocas acontecem em imperceptíveis 0,235 segundos.

As marchas podem ser passadas manualmente por um pouco prático botão ao lado da alavanca. Não há borboletas atrás do volante, segundo a Ford, por uma questão de padronização. De qualquer forma, é só no modo sequencial que o motorista assume o controle total do carro. O sistema não interfere nas trocas, mesmo quando o conta-giros se aproxima da faixa vermelha.

Até aqui, já existem motivos de preocupação sufi ciente para o Renault Duster e sua transmissão automática de (apenas) quatro marchas. E vem mais por aí… Outras tecnologias presentes no Eco são o Neutral Coast Down que desacopla a marcha engatada durante breves paradas (como nos semáforos) para benefi ciar a durabilidade dos componentes – a marca garante que essa caixa é livre de manutenção a Creep Mode – também disponível nos carros da Chevrolet e da Fiat – deixa o carro andar lentamente quando é retirado o pé do pedal de freio, dessa forma, sendo útil em manobras ou balizas. Por dentro, a única mudança – além, é claro, da alavanca de câmbio – são os botões do piloto automático no lado direito do volante, que contrastam pela iluminação avermelhada.

Está certo que o preço é maior em relação ao Duster. Na versão SE custa R$ 63.990 contra os R$ 61.550 do rival. No entanto, já vem de série com o assistente de partida em rampas (HLA) e o Advanced Trac, que integra os controles de tração e estabilidade. Já no topo de linha Titanium (avaliado) o valor salta para R$ 70.890 e traz sistema Sync com comandos de voz em português, partida sem chave, sensores de farol, de chuva e retrovisor eletrocrômico e rodas de 16”. Por mais R$ 3.700 somam-se os airbags laterais, de cortina e os bancos de couro.

A Ford também aumentou a gama do Eco com as versões 1.6 Titanium (R$ 63.990 a R$ 67.690) e a 2.0 Titanium, com câmbio manual, bancos em tecido e só dois airbags, por R$ 66.490. O PowerShift não está disponível para o 1.6. Agora só falta a marca apresentar oficialmente a versão com tração nas quatro rodas. Será que o Duster resistirá?