01/04/2011 - 0:00
Ter um BMW é como fazer parte de um seleto clube. Poucas unidades são vendidas pela marca alemã – e com preços altos. Esse “grupo” tornou-se um pouco mais receptivo com o lançamento do compacto da marca, o 120i, em 2005. Ele chegou com preço mais baixo que o normal da marca, mas sem perder a tradicional esportividade dos BMW. Hoje, usado, ele fica mais acessível: o modelo 2008 2.0 com três portas está cotado na tabela Fipe/MOTOR SHOW por R$ 82.120. Um preço interessante quando comparado com o do 118i zero-quilômetro (modelo atual de entrada), vendido por R$ 98.583 e menos potente.
Mas essa exclusividade acaba tendo um custo alto: as peças são muito caras e não são encontradas no mercado paralelo. Quem tem esse carro fica refém das concessionárias e é obrigado a pagar o preço que elas cobram. Por esse motivo o ex-proprietário Denis Marun vendeu seu BMW. “As peças muito caras me desanimaram. Tive de trocar o farol e paguei um preço absurdo. Decidi vender o carro para minimizar o prejuízo”, afirma. Mas ele não nega a esportividade do modelo: “Na estrada, ele gruda no asfalto!” Essa foi a razão de Bruno Fontana comprar um 120i: “Além do design muito bonito, sua esportividade não deixou dúvidas sobre minha escolha.”
O preço alto é justificado pelo status que ele proporciona ao motorista. Não é um automóvel para quem está preocupado com custo-benefício – muito pelo contrário. Trata-se de um carro para poucos e por isso é tão almejado. Tiago Lima diz que foi por buscar a imagem que um dono de BMW tem que ele comprou seu 120i. “Sempre almejei o status que essa marca traz consigo. Quando o lançaram, virou meu sonho de consumo”, conta.
Quanto ao seguro, Henrique Flavio Neves aconselha pesquisar bastante: “Cheguei a achar diferenças de até 50% no valor do mesmo seguro.” Além disso, ele recomenda àqueles que pretendem adquirir o carro usado verificar se todas as revisões foram feitas, pois “não dá para fazer manutenção de um carro desse, com tecnologia de ponta, em uma oficina da esquina.” De fato, por ser um carro com muita eletrônica embarcada, é preciso tomar cuidado na hora da manutenção – e levá-lo em uma oficina que saiba lidar com seus sistemas.
O mecânico Ricardo Gonçalves, da oficina Start, de São Paulo (SP) , garante que o carro não possui defeitos crônicos:”Os carros alemães são bem mais resistentes que os nossos, não costumam quebrar. O grande problema é que, quando quebram, as peças podem ser difíceis de encontrar e são mais caras.”
Na mesma faixa de preço
3008 zero-quilômetro R$ 86.883
O crossover francês possui motor mais econômico, maior espaço interno e foi lançado este ano, o que garante que terá um design aceitável por uns bons anos. Apesar do motor mais forte, turbinado, tem comportamento mais para carro de família (mas não ruim como o de uma minivan).
S10 Colina 2.8 4×4 CD diesel R$ 85.581
A cansada S10 é zero-quilômetro, possui motor a diesel e tração 4×4, mas seu design arcaico não agrada, sua capacidade para curvas é ridícula se comparada à do hatch alemão e ela pula bastante ao passar em buracos. Apenas para quem enfrenta trilhas ou precisa de uma caçamba.
Jetta 2.5 20v Tiptronic R$ 81.855
O sedã da Volks tem maior espaço interno (embora menor que a média dos sedãs de sua categoria) e um porta-malas mais amplo. Não tem o status de um BMW, mas seu motor cinco cilindros de 170 cv tem torque maior e seu comportamento dinâmico – sempre elogiado em nossas avaliações – não fica devendo muito ao do BMW.