Enquanto não atualiza a Courier, a Ford aposta na Ranger Sport para combater as picapinhas Saveiro, Strada e Montana. A versão é realmente uma boa escolha para quem busca um modelo na faixa dos R$ 50 mil mas não abre mão de ter uma picape média. Aliás, esse é o principal apelo do carro desde que foi lançado, em 2008.

Mesmo depois de ganhar a cara de sua nova geração, em março do ano passado, a Ranger volta a ter mudanças visuais. Isso complica a vida de quem, a menos de um ano, comprou o modelo por acreditar que ele ficaria um bom tempo sem alteração externa. A linha 2011 tem faróis e lanternas escurecidas, grade dianteira e para-choque dianteiro na cor do veículo e rodas na cor grafite. A picape oferece equipamentos interessantes, como direção hidráulica, ar-condiconado, vidros elétricos antiesmagamento, travas elétricas, som com USB e Bluetooth, faróis de neblina, alarme, retrovisores e travamento automático das portas.

Mecanicamente, a picape continua a mesma. O propulsor 2.3 desenvolve 150 cv e dá conta do recado. Mas rodar com a Ranger na cidade é uma tarefa um pouco cansativa. Ela pula bastante (o que é comum em picapes mais antigas) e não é nada ágil, mesmo com um bom torque de 22,1 kgfm.Na estrada, o carro se sai bem mesmo com os enormes pneus 245/70 R16. Outro incômodo é o espaço interno. Apesar de estar homologada para levar três passageiros, isso só é possível com muito sacrifício e sem nenhuma bagagem.

Para fidelizar clientes, a montadora está oferecendo 75% de subsídio no seguro para quem já tem o carro e deseja trocá-lo por um zero. Outros benefícios são a garantia de três anos e os preços fixos das revisões (podem ser consultados no site da Ford).

A Ranger ainda não tem motor bicombustível, mas a marca diz estar trabalhando para a implantação do sistema. “Estamos estudando, mas agora não seria viável, pois teríamos que mexer no valor do carro”, justifica Luciola Almeida, gerente de marketing da Ford. A verdade é que a montadora quer aguardar o lançamento da nova Ranger (leia boxe). Enquanto isso, o valor sugerido para essa versão Sport é de R$ 55.990, a mesma faixa de preço de uma picape menor bem equipada. Um valor atraente mas, como negócio, nem tanto.

O interior da Ranger revela seu projeto antiquado: alavanca de câmbio longa, com painel e quadro de instrumentos tipicamente de um utilitário. Na dinâmica, ela também deixa a desejar

Ford Ranger Sport

/ Motor quatro cilindros em linha, 2.3 litro, 16V /Transmiss ão manual, cinco marchas, tração 4×2 traseira/Dimensões comp.: 4,84 m – larg.: 2,07 m – alt.: 1,74 m/entre-eixos 2,832 m/Caçamba 934 litros/Pneus 245/70 R16 Peso 1.503 kg Gasolina / Potência 150 cv a 5.250 rpm/Torque 22,1 kgfm a 3.750 rpm/Velocidade máxima 150 km/h/0- 100 km/h 13,7 segundos/Consumo não disponível /Consumo real não disponível

A totalmente nova Ranger

O ano de 2011 deverá ser o último de produção desta Ranger, que, apesar das reestilizações visuais, tem o mesmo projeto desde 1998. Assim como MOTOR SHOW adiantou, com exclusividade, em 2009, uma nova geração da picape deve chegar até o ano que vem. Esse modelo será vendido em 180 países. Na Austrália, o veículo já foi apresentado e conta com duas opções de motor: um 2.2 de 150 cv e um mais potente, de 3,2 litros, que desenvolve 200 cv. Aqui ele deve chegar com uma opção a diesel e outra, finalmente, bicombustível. Assim como o modelo vendido atualmente, a nova Ranger será produzida na Argentina. Conhecida dentro da Ford como Projeto P375, ela deve chegar com versões mais requintadas para enfrentar Hilux, Frontier, Triton e Amarok. Isso significa que terá opção de câmbio automático e que sua dirigibilidade será mais semelhante à de automóveis de passeio. Se você pode esperar, tudo indica que será uma bela opção de compra.