Quem compra um carro chinês busca, basicamente, um preço baixo. Isso é incontestável. Mas não se trata só de pagar menos. O que atrai nesses modelos é o custo-benefício, já que, em geral, são mais equipados que os rivais. Por que então alguém se interessaria por um JAC J3 Sport, uma versão mais potente – e cara – de um carro cujo principal apelo de venda é o baixo custo?

Externamente, o hatch recebeu mudanças que mostram sem exageros seu apelo esportivo. A parte central dos para-choques é preta, as rodas têm desenho exclusivo, há faixas laterais e logotipia específica. Internamente, ele tem pedaleira aluminizada, iluminação do painel e costuras dos bancos vermelhas e a mesma lista farta de itens de série.

Sob o capô, as mudanças foram maiores, mas não se trata de um “veneno”. O motor 1.4 de 108 cv deu lugar ao 1.5 16V do sedã J5, agora flexível e sem tanque de partida a frio, que rende até 127 cv. Uma potência superior à dos modelos 1.5 do mercado e próxima da vista nos 1.6 do HB20 e do New Fiesta (111 cv).

Esse motor, que não movimenta com desenvoltura o J5, aqui ganha destaque. Não requer trabalhar em altos giros como no J3 convencional, já que há mais potência e torque disponíveis. Isso diminui o ruído e exige menos que se recorra ao câmbio, que não tem engates elogiáveis. O carro retoma com facilidade e garante mais conforto que a versão 1.4, ainda a venda.

Mas voltemos a questão inicial: será que quem busca custo-benefício encontra justificativas racionais para a compra dessa versão R$ 2.491 mais cara? Sem dúvida. A primeira delas está no fato de se tratar de um carro flex. Ainda que o etanol não seja viável em todo o País, essa opção dá mais liberdade e um plus na revenda. Quando os dois modelos de J3 estiverem no mercado de usados, certamente o flex terá um giro maior. Outra justificativa é o desempenho. Você paga cerca de R$ 131 a mais por cada cavalo extra para garantir mais segurança em ultrapassagens e conforto na cidade. Resta saber agora: o que será do J3 1.4? Só a JAC conhece a resposta.