Depois de uma semana ao volante do Peugeot 308 THP, devo dizer que o hatch francês fabricado na Argentina, nessa versão esportiva, não me convenceu. Ele até se esforça para agradar quem busca emoção e prazer ao volante, e tem como principalatributo para isso seu excelente motor 1.6 turbinado, o mesmo de esportivinhos divertidíssimos de guiar como o Mini Cooper S e o Citroën DS3. Mas não senti nele a mesma esportividade. Prova de que motor não é tudo.

Não posso negar que as acelerações são vigorosas – e quase sem turbo lag. Também reconheço que as suspensões mais firmes, com amortecedores de curso limitado, garantem curvas bem contornadas e com pouca rolagem da carroceria (mas prejudicam o conforto no asfalto ruim). Dentro da proposta esportiva, até aqui ele cumpria seu papel, e eu não tinha nada do que reclamar.

Mas, para mim, um esportivo merecia um câmbio mais rápido. Afundando o pé no acelerador, a caixa de seis marchas demorava a reagir. No modo sequencial, além de faltarem borboletas no volante, os comandos eram respondidos com certa demora. Já o modo Sport me pareceu um tanto dispensável, esticando e segurando
marchas sem necessidade, considerando o torque abundante já a 1.400 rpm. Além disso, me incomodaram a direção, que filtrava pouco do solo e podia ser ainda mais direta, e os freios, que deviam ser mais progressivos.

Quando dirigi de modo pacato, porém, o 308 mostrou mais suas qualidades. Esse motor 1.6 deveria estar em todas as versões e não como uma opção pretensamente esportiva. Funcionou em silêncio (ajudado pelo ótimo isolamento acústico) e gastou pouco. Pena que não seja flex. A cabine com teto de vidro é bastante espaçosa, herança de sua alma de minivan, e acomodou muito bem a família; o porta-malas, digno de um sedã, surpreendeu.

No fim, ao volante, não é o que eu esperava de uma versão esportiva. Nesse ponto, há modelos dos quais gosto mais, mesmo tendo motores menos potentes, como o Focus 2.0. Uma versão mais acessível desse 308, sem dúvida, eu compraria pelo espaço e pelo interior bem acabado. Isso se sua nova geração – que manteve o mesmo nome, mas é outro carro – já não tivesse sido mostrada na Europa.