Os países-membros da União Europeia aprovaram nesta sexta-feira (4) a instituição de sobretaxas alfandegárias de até 36,3% contra carros elétricos fabricados na China, acusada pelo bloco de prejudicar a concorrência com pesados subsídios ao setor.

A votação ocorreu no âmbito do Comitê de Defesa Comercial, composto por funcionários de cada um dos 27 membros do bloco, e teve um placar de 10 votos a favor e cinco contra, com 12 abstenções.

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Segundo fontes europeias consultadas pela ANSA, a Alemanha, maior economia da UE, é um dos países que se posicionaram contra a medida, ao lado de Eslováquia, Eslovênia, Hungria e Malta, enquanto França e Itália votaram pela instituição das tarifas.

As sobretaxas já estão em vigor de maneira provisória e agora dependem de uma decisão da Comissão Europeia, poder Executivo do bloco, para se tornar definitivas por um prazo inicial de cinco anos.

“A Comissão Europeia não deveria deflagrar uma guerra comercial, apesar do voto a favor de sobretaxas punitivas contra a China. Precisamos de uma solução negociada”, disse no X o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner.

As alíquotas são de 36,3% para a montadora Saic, de 19,3% para a Geely e de 17% para a BYD. Outros fabricantes que cooperarem com a UE estarão sujeitos a tarifas de 21,3%, enquanto os que não colaborarem terão de arcar com taxas de 36,3%.

Já os veículos produzidos pela Tesla em território chinês pagarão 9%, cifra equivalente aos subsídios concedidos por Pequim à empresa de Elon Musk.

Em agosto passado, a China abriu uma investigação sobre subsídios da UE e dos Estados-membros a produtos lácteos, como queijos, prenunciando uma possível retaliação pelas sobretaxas contra carros elétricos.