Embora atrasada, a picape Mercedes Classe X será fabricada na Argentina e deve chegar ainda este ano ao Brasil. Já mostramos aqui como andam as versões com mecânica Nissan, compartilhada com a Frontier, que usa a mesma plataforma (leia aqui). Agora, aceleramos a Classe X 350d 4Matic, versão com motor V6 que vai roubar da Amarok V6 o posto de picape média mais potente — e rápida — do Brasil.

A novidade deve ter preço na faixa de R$ 250.000, de olho no consumidor mais “abonado” do setor do agronegócio e jovens endinheirados de cidades ricas do interior, essa versão top de linha X 350d tem um motor V6 turbodiesel 3.0 de origem Mercedes com 258 cv e 56,1 kgfm de torque (antes 225 cv e o torque igual na Amarok). Além disso, também são da marca, nesta versão, a transmissão – 7G-Tronic Plus – e a tração 4×4 integral, com reduzida e bloqueio do diferencial traseiro.

Na estrada, o desempenho da Mercedes Classe X impressiona, com 0-100 em 7s5 (8s0 na Amarok) mas a direção pouco desmultiplicada chama a atenção: é coerente com o peso e a “natureza” da picape, porém obriga a trabalhar mais com os braços em trechos mais sinuosos. Por outro lado, a entrega de potência do motor é bastante progressiva e generosa, com ótima fluidez entre caixa de câmbio e conversor de torque. Um dueto que casa bem com o isolamento acústico.

As suspensões da Classe X, embora um pouco propensas à rolagem excessiva, absorvem bem asperezas (mesmo com rodas de 19 “), digerindo melhor buracos profundos do que irregularidades em rápida sucessão (“costelas de vaca”). Já os freios podem ser melhorados, um tanto “borrachudos” no início do curso do pedal.  

E o consumo? Médias de 10 km/l são facilmente alcançáveis na Mercedes X 350d se você não tiver pé pesado. Afinal, estamos falando de um peso próxima de três toneladas – e nessa V6 não é possível usar a tração 4×2 (traseira), como na Classe X quatro cilindros. Pena, pois ajudaria a aumentar a eficiência;

As calibrações do motor, câmbio e direção são ajustáveis na X 350 d. Há seis modos de condução, um deles off-road – cenário no qual essa Classe X se dá bem: a capacidade de tração é excelente, especialmente usando a reduzida e o bloqueio do diferencial. Ferramentas que, junto com os pneus M+S (mistos), permitem encarar facilmente superfícies lamacentas, subidas íngremes e trechos rochosos. O DSR (auxílio de descida) também é útil: em ladeiras mais íngremes, mantém automaticamente a velocidade pré-definida.

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A esses recursos, todos eles esperados em uma picape 4×4, se adiciona um toque de refinamento que diferencia a Mercedes-Benz Classe X do resto da categoria. Acabamento e cabine são dignos da marca: bancos macios cobertos de couro com tecido são confortáveis ​​mesmo depois de horas ao volante, enquanto materiais e montagens rapidamente nos fazem esquecer que estamos em um veículo de vocação comercial.

A versão testada da Mercedes Classe X também tinha o pacote Style, que inclui, além de rodas aro 19, detalhes como escada de acesso, vidros traseiros escurecidos e janela traseira elétrica. Também foi adicionada a câmera de 360​​° com sensores de estacionamento. Pena a central multimídia não ser compatível com sistemas de espelhamento.

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