A Stellantis anunciou nesta quinta-feira (22) que sua planta de Goiana produzirá mais uma marca do grupo. Inaugurada em 2015, atualmente a unidade pernambucana fabrica modelos das marcas Fiat (Toro), Ram (Rampage) e Jeep (Renegade, Compass e Commander).

O presidente da Stellantis América do Sul, Emanuele Cappellano, não informou contudo se a próxima marca a produzir carros em Goiana será uma das que já atuam no Brasil – como Peugeot, Citroën, Fiat e Abarth – ou inédita; globalmente, o conglomerado composto em 2021 após a fusão da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) com a Peugeot Citroën (PSA) também detém Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, DS, Lancia, Maserati, Opel e Vauxhall – todas improváveis no Brasil, sobretudo com produção nacional.

Após a insistência dos jornalistas em tirar do executivo o nome da quarta marca a fabricar produtos em Goiana, Cappellano apenas riu e devolveu: “vocês querem saber se vamos fabricar Leapmotor aqui? Em breve informaremos qual marca será”.

A empresa já confirmou que venderá no Brasil os modelos C10 e B10, da marca chinesa de SUVs elétricos. Há um ano, Stellantis e Leapmotor formaram uma joint venture chamada Leapmotor International BV para explorar o mercado internacional.

R$ 13 bilhões e novo híbrido

A chegada de mais uma marca ao Polo Automotivo Goiana faz parte do novo ciclo de investimentos da empresa na região, que nos últimos dez anos recebeu R$ 18 bilhões e entre 2025 e 2030 captará mais R$ 13 bilhões.

Nos próximos cinco anos, a Stellantis terá desembolsado ao todo R$ 30 bilhões no País – os outros R$ 17 bilhões vão para as linhas de produção de Betim (MG) e Porto Real (RJ), hoje dedicadas a modelos da Fiat e de Peugeot e Citroën, respectivamente. Serão ao todo 40 automóveis inéditos ou atualizados.

Além de uma nova marca, a planta de Goiana produzirá seu primeiro modelo híbrido (também não revelado) a partir de 2026 – o primeiro de seis estreantes (igualmente não revelados) até 2030.

Quanto ao futuro híbrido saído de Goiana, sabe-se apenas que será uma atualização de um dos cinco veículos atualmente montados em Pernambuco e que utilizará a tecnologia Bio-Hybrid, composta por três soluções de eletrificação.

A mais simples (presente hoje nos modelos Fiat Pulse e Fiat Fastback) consiste em uma bateria de íons de lítio de 1 kWh conectada a um motor elétrico com cerca de 3 kW para gerar torque adicional, transformar a energia elétrica armazenada em mecânica, aprimorar a função start/stop e permitir que o veículo continue em movimento com o câmbio desacoplado e até mesmo com o motor desligado.

Num degrau acima está a e-DCT, incrementada por baterias com tensões de 12V e 48V e um propulsor elétrico acoplado ao câmbio, a fim de fornecer energia para impulsionar o veículo em modo totalmente elétrico ou em conjunto com o motor térmico, flex ou somente a etanol.

Com um motor de 44 kW conectado diretamente ao eixo traseiro, a Bio-Hybrid Plug-in conta com bateria de 380V, recarregada através de sistema de regeneração nas desacelerações, pelo motor térmico ou por fonte de alimentação externa elétrica.

Nossa aposta: Renegade, Toro e Commander atualizados com a tecnologia Byo-Hybrid, nova geração do Compass e os dois elétricos da Leapmotor.