A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) confirmou nesta segunda-feira (27) que fez uma proposta de fusão ao Grupo Renault (leia aqui), que permitirá o compartilhamento de tecnologias entre as duas empresas e, em teoria, o retorno dos francesas aos Estados Unidos. Com isso, as duas empresas — de certa forma — reeditariam uma parceria do final dos anos 1980.

Parte da história já foi contada aqui no blog. Quando a então Chrysler Corporation adquiriu a fatia da Renault na American Motors Corporation, em 1987, o pacote incluiu também uma recém-concluída fábrica no Canadá e o novo carro que seria feito lá, o Renault Premier. O sedã foi desenvolvido com plataforma e mecânica da marca francesa, mas com carroceria exclusiva para a América do Norte.

A Chrysler foi obrigada por contrato a produzir pelo menos 300 mil unidades do Premier. Para isso, criou a marca Eagle. Parecia um bom negócio: a Chrysler “ganhava” um carro europeu para enfrentar marcas como Volvo e Audi, que naqueles tempos já haviam mordido uma boa fatia do mercado dos Estados Unidos. Mas o resultado ficou bem longe do esperado.

Vendido na rede de concessionários da Jeep, o Premier não atraiu o mesmo público dos utilitários e as vendas patinavam. Nem com o lançamento do Monaco, um Premier com o logo Dodge, conseguiu dar o impulso necessário para as vendas. A produção do Premier foi encerrada em 1991, após 139.051 unidades comercializadas. O grupo americano chegou a conclusão de que compensava mais pagar a multa contratual do que seguir produzindo o carro. Já a marca Eagle durou mais alguns anos, até 1999, vendendo outros produtos da Chrysler e carros da Mitsubishi com o seu logo.

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