A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) prometeu, em nota divulgada nesta segunda-feira, que formulará novos procedimentos para impedir que condições climáticas extremas prejudiquem os pilotos em competições sob sua regulação, como ocorreu durante o GP do Catar de Fórmula 1, no domingo. O calor era tão intenso em Lusail que alguns competidores chegaram a passar mal. O americano Logan Sargeant, da Williams, por exemplo, abandonou a prova com sintomas de desidratação.

No texto, a FIA diz “observar com preocupação que a temperatura e a umidade extremas durante o Grande Prêmio FIA de Fórmula 1 do Catar de 2023 tenham impactado no bem-estar dos pilotos”. A entidade lembra que, na próxima temporada, o GP do Catar será disputado em novembro, época em que são esperadas temperaturas mais baixas, porém destaca preferir “tomar medidas materiais agora para evitar uma repetição de cenário”.

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“Uma série de medidas serão discutidas na próxima reunião da comissão médica em Paris. As medidas podem incluir orientações para os competidores, pesquisas sobre modificações para um fluxo de ar mais eficiente na cabine dos carros e recomendações para alterações no calendário para alinhamento com condições climáticas aceitáveis, entre outras. Pesquisas de outras séries, como eventos de cross-country em climas extremos, serão examinadas para possíveis aplicações em eventos do circuito. O compromisso da FIA com uma cooperação mais estreita entre os departamentos técnico, de segurança e médico facilitará este processo”, afirma a nota.

Além de Sargeant, outros pilotos tiveram problemas no Circuito de Lusail. O francês Esteban Ocon, da Alpine, relatou ter vomitado no capacete. “Foi bem quente. Eu não contei a vocês, mas vomitei na volta 15”, disse Ocon, pelo rádio, em conversa com sua equipe. Já o canadense Lance Stroll, da Aston Martin, se dirigiu direto para a ambulância após a bandeirada final. “Tudo ficava borrado, nas curvas de alta velocidade estávamos quase desmaiando. A pressão ficando baixa. Com a força G nas curvas de alta, nas últimas 20 voltas já não dava pra enxergar mais nada, era como se perdêssemos a consciência”, afirmou Stroll.

O terceiro colocado Lando Norris, da Mercedes, também relatou ter ficado com a visão borrada, e o espanhol Fernando Alonso reclamou do superaquecimento do assento de sua Aston Martin. George Russell, da Mercedes, pensou que iria desmaiar. “Levamos nosso corpo ao limite, estava muito quente”, relembrou Russell. “Para ser sincero, em alguns momentos eu achei que fosse desmaiar no meio da corrida Fiquei feliz por ter visto a bandeira quadriculada. Estava quase 50ºC, você usa uma roupa à prova de chamas,e tem um ar quente vindo dos carros, não dá pra refrescar, até sua água fica quente. É como ficar com um secador no seu rosto por uma hora e meia.”