15/06/2025 - 10:06
Hoje, não existem mais hatches esportivos, os famosos “hot hatches”, produzidos no Brasil. Todos deram lugar a SUVs pequenos esportivos, que acabam sendo adaptados para ficarem parecidos com os hatches, mantendo o maior espaço interno e porta-malas. Coisas da nossa indústria automotiva…
De qualquer forma, há dois integrantes de peso nesse lote de SUVs pequenos esportivos: Fiat Pulse Abarth, que foi renovado agora para a linha 2026, e VW Nivus GTS, lançado no final de abril. Arquirrivais diretos, os modelos têm uma bela diferença de preço de R$ 17 mil entre eles: o Abarth sai por R$ 157.990, enquanto o GTS custa mais, R$ 174.990. Mas, qual motorização usam? Como andam? O que oferecem?
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Concepção mecânica
Superalimentados, os dois oferecem torque abundante em baixas rotações, e programação exclusiva de suas transmissões automáticas de seis velocidades. Também tem suspensão, direção e freios recalibrados. O Pulse aposta na simplicidade dos tambores de freio traseiros, enquanto o Volks já vem com discos.

Porém, o Fiat tem sistema de escapamento exclusivo, que deixa seu ronco mais grave e encorpado. No Nivus GTS, o som do motor é simulado artificialmente por uma caixa de ressonância perto do parabrisas.

Motorização e desempenho
Sob o capô do Abarth, o 1.3 turboflex de quatro cilindros, com injeção direta, Multiair e outras tecnologias, entregando 180/185 cv de potência com 27,5 mkgf de torque (gasolina/etanol). Acoplado a um câmbio automático de seis marchas preparado, demora 7,6 segundos no 0 a 100 km/h e atinge os 215 km/h de máxima.

O Volks vem com o tradicional 1.4 turboflex, com as mesmas modernidades do Fiat, porém entregando menos potência: são 150 cv com etanol ou gasolina, enquanto o torque é de 25,5 mkgf, independente do combustível. Apesar de ter cerca de 30 kg a menos na balança, casa com uma transmissão automática de seis marchas mais pacata. Por essas e outras demora 8,4s no 0 a 100 km/h, correndo até 206 km/h.

Dirigibilidade e espaço interno
O Nivus aposta num cockpit mais baixo e envolvente, como o de um hatch compacto. O ronco artificial do motor só está disponível no modo esportivo de condução, enquanto nos demais o 1.4 turboflex é quieto e silencioso. Seu powertrain é bastante esperto, ainda que fique claro o desempenho superior do rival Abarth (mais rápido).

Seu espaço interno é bom na dianteira, mas contido para os ocupantes traseiros especialmente no vão para as pernas e joelhos. Ganha no maior porta-malas, com 415 litros, ante os 370 do Pulse.
O Fiat, mais ágil e com ronco naturalmente engrossado, brinda com o painel de instrumentos de grafia exclusiva, além de um interior mais espaçoso, próximo ao de SUVs maiores. Apesar do porta-malas menor, oferece folga extra para quem vai no banco traseiro. Dinamicamente, se assemelha ao Volks, com bastante controle direcional e em curvas rápidas. Os freios, mesmo com o pênalti dos tambores traseiros, dão conta do recado.

Itens de série
Aqui, um bate-bola sério. Um brinda com mais segurança, enquanto o outro aposta em maior conforto e comodidade. O Nivus traz seis airbags (quatro no Pulse), e um pacote ADAS um pouco mais completo, com piloto automático adaptativo (ACC) e assistente de permanência em faixa. Tem também maior tela para o painel de instrumentos, e algumas funções extras na multimídia, a exemplo da possibilidade de baixar apps.

O Pulse Abarth ganhou dois diferenciais importantes na linha 2026, e nenhum deles está no Nivus GTS: teto-solar panorâmico fixo com cortina elétrica, e banco do motorista com ajustes elétricos. Ambos são de série no SUV esportivo da Fiat, que ainda conta com rodas maiores (aro 18 de série), e um pacote visual um pouco mais chamativo (faixas, adesivos e emblemas dedicados). O Volks é mais “clean”, e só tem rodas de 18″ opcionalmente.

E aí? Fiat Pulse Abarth ou VW Nivus GTS?
Quem prefere algo mais brutal, seja nas acelerações, condução ou vida a bordo, tende a escolher o Pulse, pelo ronco grave de série (e permanente), rodas maiores com suspensões mais durinhas, e jeitão de esportivo raiz. O Nivus não fica atrás: embora ofereça menor espaço interno, compensa com maior porta-malas, e mostra-se uma opção mais civilizada, para quem quer a paz de um SUV “comum”, que não ronque alto nem seja tão avassalador na performance, em alguns momentos do dia-a-dia.