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Renault Oroch e Fiat Toro inovaram o segmento de picapes pelas dimensões e pela construção monobloco (como nos automóveis). E o “pulo do gato” delas está em oferecer maior espaço interno em relação às picapinhas (Fiat Strada, Volkswagen Saveiro e Chevrolet Montana) e melhor dirigibilidade que as médias (Chevrolet S10, Toyota Hilux, Ford Ranger e cia). Segundo a Fenabrave, a Toro está à frente ao somar 20.056 veículos licenciados, de janeiro a julho deste ano, enquanto a Oroch registrou 7.738 vendas.

A Fiat Toro 1.8 Freedom Flex, que custava R$ 76.500 no início deste ano, agora tem preço a partir de R$ 81.700. Ela oferece de série alguns itens inexistentes na rival, como controles de tração e estabilidade e isofix para prender cadeirinhas infantis. Entretanto, não há desembaçador no vidro traseiro. E grande parte dos equipamentos são cobrados à parte em pacotes, por exemplo, os airbags laterais, de cortina, de joelho e o sensor de pressão dos pneus. A Renault Duster Oroch 2.0 Dynamique sai por R$ 76.580 com o novo câmbio automático de quatro marchas – uma das novidades da linha 2017.

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De fábrica, a Oroch traz faróis de neblina e central multimídia (ambos opcionais na Toro). Os dois utilitários nasceram de crossovers: a Toro do Renegade e a Oroch do Duster. As dimensões são maiores na Toro, além de melhores acabamentos, isolamento acústico, posição mais cômoda no banco traseiro graças à inclinação do encosto. A cabine da Oroch é mais rústica e idêntica à do Duster. Os plásticos são duros e os assentos dianteiros projetam o corpo para a frente.

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A ergonomia da Oroch ainda é prejudicada pela falta da coluna de direção regulável em profundidade (a Toro tem) e pela localização dos comandos elétricos dos vidros e dos retrovisores (antes ficavam embaixo do freio de estacionamento) – dependendo do ajuste do banco, a peça raspa no joelho do motorista. A Oroch bem que poderia ter a cobertura do local onde estão os limpadores de para-brisas, deixando as dobradiças do capô viseis, como ocorre nos Renault Sandero, Logan e Duster.

A Toro usa motor 1.8 E.TorQ VIS. Trata-se do 1.8 E.TorQ evoluído, trazendo coletor de admissão variável, dutos de admissão e escape revistos e variador de fase no comando de válvulas. O 2.0 da Oroch recebeu sistema de regeneração de energia (Energy Smart Management) e tem função EcoMode, que limita a potência, o torque e diminui o trabalho do ar-condicionado. Segundo o fabricante, há uma redução de 10% no consumo. O propulsor da Oroch é mais ruidoso que o da Toro, contudo, o da Renault entrega mais potência e torque.

A relação peso/potência é de 9,0 kg/cv na Oroch e de 11,6 kg/cv na Toro. Ou seja, a Oroch transmite respostas mais rápidas. A transmissão automática da Oroch é de quatro marchas. A da Toro é de seis, cooperando no consumo e no silêncio a bordo. Há opção de trocas manuais nos dois modelos. Rodando na estrada a 120 km/h, o ponteiro do conta-giros da Toro marca 2.500 rpm e o da Oroch aponta 3.000. O funcionamento da caixa automática da Toro é melhor, por fazer mudanças mais precisas e transmitir menos trancos.

Além do câmbio automático, outra novidade na Oroch é a direção elétrica em substituição ao antiquado e pesado sistema hidráulico. A da picape Fiat também é elétrica, porém mais leve ao esterço em baixas velocidades e mais firme em alta. O raio de giro é melhor na Oroch (11,4 m) do que na Toro (12,2 m). Embora sem o desempenho da Oroch, a Toro dá um show em suspensão, pois assegura melhor comportamento nas curvas e pouca inclinação de carroceria. Assim, o pula-pula da caçamba descarregada é menor na Toro.

Falando em compartimento de carga: o da Fiat tem portas bipartidas e comporta 820 litros ou 650 kg – mesma capacidade da Oroch, mas com somente 683 litros. Ambos os modelos possuem ganchos para fixação na caçamba, mas a capota marítima é opcional nas duas. As rodas de liga leve aro 16 são opcionais na Fiat (R$ 1.695) e de série na Renault. Toro e Oroch são duas opções com mais versatilidade que sedãs ou crossovers. Além disso, atingem os consumidores que sempre sonharam em ter uma picape, mas tinham um “pé atrás” com relação ao tamanho ou à dirigibilidade. A Oroch ganha em consumo e desempenho, mas a Toro oferece dinâmica, acabamento e segurança superiores.