Depois de longa espera, a Ford apresentou a versão flex do Focus 2.0. A expectativa já existia desde a versão com a carroceria antiga, mas a marca argumentava que tinha outras prioridades e, por isso, a versão dois litros foi deixada na fila. Na realidade, a marca priorizou os modelos com volume maior, como Fiesta e EcoSport, e deixou o Focus para o futuro. Pois bem, agora o futuro chegou.

Depois do lançamento desta nova geração, a marca resolveu “arregaçar as mangas” e investir no modelo, que tem todos os ingredientes para crescer em nosso mercado: é moderno construtiva e tecnologicamente; tem um design atraente e atual; tem um preço bastante competitivo; e, além da garantia de três anos, seu custo de manutenção é previsto até os 60 mil quilômetros, dando tranquilidade e garantia de quanto o consumidor vai gastar para manter o carro. Inicialmente, a Ford apresentou a versão mais barata e econômica, equipada com o novíssimo motor Sigma 1.6 16V e, agora, o motor 2.0 16V adaptado para rodar com etanol.

Depois de recalibrado e revisto todo o sistema de alimentação, agora resistente à acidez do etanol, o moderno motor Duratec ganhou novas características em suas curvas de torque e potência. No regime máximo de rotações, 6.000 rpm, quando queima gasolina, o Duratec flex até perdeu potência com relação ao anterior, somente a gasolina: eram 145 cv, agora são 143 cv. Em compensação, com a nova calibração, sua curva de torque mostrou-se melhor que a anterior desde a partida até cerca de 2.500 rpm, regimes mais utilizados no dia a dia do trânsito das cidades. Nesta faixa, portanto, melhoraram tanto as arrancadas quanto as retomadas de velocidade.

Acima, o volante revestido em couro e com comandos do piloto automático e do computador de bordo, e os instrumentos com moldura cromada. Abaixo, o bom sistema de som e o ar-condicionado automático digital

A grande vantagem da melhor performance surge quando queima etanol. A potência máxima chega aos 148 cv e o torque a 19,5 kgfm, com resultados altos e estáveis das cerca de 3.800 rpm até as 4.800 rpm. A cerca de 2.000 rpm, o motor já gera cerca de 18 kgfm, suficientes para movimentar o sedã com boa desenvoltura. O novo motor flex está redondinho? Ainda não. Em algumas faixas de rotações, como ao redor dos 3.000 rpm, o motor parece que perde força por alguns instantes e depois retoma. O ideal seria uma performance mais homogênea, mais estável. Mas tudo é uma questão de ajuste fino que, com o tempo, a engenharia vai “arredondando”, como se diz no jargão das oficinas. No dia a dia, a grande maioria dos motoristas talvez nem perceba essa característica do acerto.

Essa versão Ghia avaliada, com transmissão automática, é confortável e silenciosa ao rodar. Não deve nada aos líderes do segmento, Corolla e Civic, e tem um preço mais atraente (R$ 71.900) pelo que oferece. Uma opção considerável, levando-se em conta também o pós-venda.