24/06/2025 - 7:00
O lançamento do Everest nesta semana no mercado argentino trouxe novamente a indagação: afinal, vem para o Brasil? Ao promover o contato de jornalistas brasileiros com o SUV da Ranger enquanto apresentava a linha Tremor, na região da Patagônia, pela primeira vez a Ford deixou explícito seu interesse em comercializar o modelo por aqui. Isso depois de resolver duas questões.
A primeira recai sobre a nacionalidade do modelo. Embora a Ranger, de quem o utilitário esportivo empresta a plataforma, seja produzida em General Pacheco, na Argentina, não é dessa planta que o Everest sai, mas sim da Tailândia.
No entanto, considerando-se os preços dos rivais, talvez não seja desvantagem para o Everest vir de um país sem acordos bilaterais com o mercado brasileiro.
Produzido na Argentina, o Toyota SW4 SRX Platinum sai por R$ 414.890, enquanto o nacional Chevrolet Trailblazer parte de R$ 405.590. Mesma faixa de preço, portanto, do Mitsubishi Pajero HP-S, oficialmente vendido por R$ 400.990 – importado justamente da Tailândia. Produzir o Everest ao lado da Ranger é uma possibilidade ainda distante.
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Outro dilema reside sob o capô do SUV de sete lugares: equipado com um motor 2.3 turbo a gasolina, de 300 cv e 45,5 kgfm de torque, o Everest seria a exceção na categoria, dominada tradicionalmente por propulsores a diesel. A própria Ranger leva um 3.0 V6 turbodiesel, menos potente (250 cv), porém com mais torque (61,2 kgfm).

Em um superficial contato com o SUV pelas sinuosa e perfeitamente pavimentada Ruta 40, na Patagônia, o Everest confirmou as expectativas sobre como um SUV da Ranger deveria ser: muito bem acabado e equipado, confortável para todos os ocupantes e mais agradável ao volante do que os rivais.

Quanto aos equipamentos, novamente o Everest Titanium é coerente com a nossa Ranger Limited: quadro de instrumentos digital de 8 polegadas, central multimídia vertical Sync 4 de 12, bancos revestidos de couro (os dianteiros são elétricos), ar-condicionado de duas zonas e carregador de celular por indução.

Há também teto solar panorâmico, seis airbags, controle de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem autônoma de emergência, alertas de ponto cego, assistentes de permanência em faixa e de tráfego cruzado traseiro e monitoramento de pressão dos pneus.

Na terceira fileira, as mesmas limitações dos concorrentes para transportar adultos, porém com a valiosa ajuda do acionamento elétrico. O banco da segunda fileira correr sobre trilhos para adequar a disposição de espaço e o porta-malas de 259 litros com a terceira fileira ativada e 898 com ela rebaixada também são ótimos recursos.

O motor 2.3 é suave, dialoga bem com o câmbio automático de dez marchas e se mostrou suficiente para um carro de 2.401 kg. Mas não emociona quanto o turbodiesel da Ranger segue emocionando.

Talvez um eventual contato mais prolongado mude essa primeira impressão.