13/05/2025 - 17:51
Após a morte do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, que governou o país sul-americano entre 2010 e 2015, muita gente lembrou de um fato curioso do político: o seu inseparável VW Fusca azul, bem diferente dos carrões com blindagens e sistemas de segurança que costumam transportar ou ser exibidos por líderes de outros países.
Mujica usou o carro durante o mandato, entre 2010 e 2015, e prometeu nunca vendê-lo.
O “Besouro”, ano 1987, era de propriedade de Mujica desde quando ele assumiu a presidência do Uruguai. Na realidade, além do exemplar azul claro, o político também possuía outro azul escuro, mas esse segundo não rodava.

O líder sempre recusou carros oficiais de maior valor, assim como abriu mão de outras regalias típicas de políticos de alto escalão. Preferia viver uma vida simples, sem luxos, e dirigir seu Fusquinha por aí.
Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Mujica no Uruguai e passeou ao lado do amigo pelas ruas de Montevidéu. Veja vídeo.
O carrinho provavelmente foi fabricado no Brasil em 1986, último ano de produção do VW por aqui (desconsiderando o renascimento na era Itamar). Isso pode ser comprovado pelas semelhanças com os modelos nacionais, que traziam janelas menores e outros faróis e lanternas, diferentes dos Fusca mexicanos.

Levando em conta o emblema traseiro original, que ainda ostentava, o carro do presidente era movido pelo motor 1600 a ar de cilindros contrapostos (Boxer), que, no Brasil, gerava 57 cv de potência, administrada por um câmbio de quatro marchas. Como marcas registradas, além de Mujica sempre a bordo, estava a placa de licença “SAO-1653”.

‘Jamais venderia’
O Fusquinha envolve alguns fatos curiosos. Em 2014, por exemplo, foi almejado por um xeque árabe, que ofereceu 1 milhão de dólares pelo carro de “Pepe”. O ex-presidente, porém, era convicto ao afirmar que “jamais venderia seu Fusca” e que “sempre gostou” do modelo histórico da VW. A oferta, feita durante a cúpula do G77+China, celebrada na Bolívia, foi recusada.
O mesmo já havia acontecido meses antes, quando um embaixador do México no Uruguai, Felipe Enríquez, propôs dar 10 picapes 4×4 0 km em troca do carrinho azul.
Mujica, de fato, não queria se desfazer do seu carrinho que, literalmente, o acompanhou até sua morte. O que deve acontecer com o Fusca azul agora? Provavelmente, deve virar peça de museu, deixando o legado de um dos presidentes mais modestos da história mundial.
