06/01/2016 - 13:33
O mercado de automóveis de passeio e comerciais leves teve uma queda de 25,5% no ano passado. Segundo dados divulgados hoje pela Fenabrave, passou de 3,328 milhões de emplacamentos em 2014 para 2,476 milhões em 2015. É o terceiro ano seguido de quedas. A mesma entidade prevê uma retração menor em 2016, de 5,9%, o que colocaria o mercado no patamar de 2,33 milhões de carros e comerciais leves. Entretanto, para o presidente da Kia Motors do Brasil, José Luiz Gandini, a queda continuará sendo forte, em torno de 19%. Veja a seguir a entrevista que fizemos com Gandini.
A indústria automobilística teve um péssimo ano em 2015. O senhor acredita que a situação pode melhorar ou piorar em 2016?
Entendemos que o setor automotivo brasileiro em 2016 absorverá um novo revés. Os dados de emplacamentos deverão ficar em torno de 2 milhões de unidades. No entanto, a Kia Motors do Brasil deve crescer cerca de 30%, passando de 16 mil unidades este ano para 21 mil unidades em 2016, com base nas importações de veículos vindos do México: Kia Cerato e Kia Rio. Além disso, apostamos muito no bom desempenho do novo Sportage, a partir do segundo trimestre.
Se a situação piorar, quais seriam as consequências para o mercado de carros?
Na minha avaliação, perdem tanto os consumidores como as empresas, porque esta é uma crise política, uma crise de confiança. Nesses ciclos, os consumidores deixam de comprar e as empresas de investir. Obviamente também temos entraves econômicos. Mas hoje as questões políticas sobrepujam as econômicas.
Quais são as marcas que mais sofrem com a crise econômica? Existe risco de alguma marca sair do País?
Evidentemente os importadores estão sofrendo muito, em particular a Kia Motors do Brasil, já que nós vendemos mais que a cota de 4.800 unidades/ano, enquanto as demais ou estão importando até o limite de 4.800 unidades ou já tem projeto de fábrica. Mesmo diante da crise, o setor de importação está fazendo de tudo para superar as dificuldades e se manter no mercado. Em algum momento, esse protecionismo vai cair.