Você sabia que essa não é a primeira vez que a Geely dá as caras por aqui? Pois é, antes mesmo de pensar em SUVs elétricos ou firmar parceria com a Renault, a marca chinesa já havia tentado a sorte no Brasil.

Vamos dar uma volta no tempo até o fim de 2013, quando a Geely iniciou oficialmente suas operações por aqui… 

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Geely EC7 – Foto: Geely/divulgação

A passagem, no entanto, foi quase um piscar de olhos: começou no final de 2013 e terminou no comecinho de 2016, cerca de dois anos e meio de atividade. Na época, quem comandava a operação era José Luiz Gandini, o mesmo responsável por trazer os Kia da Coreia do Sul. Durante esse curto período, dois modelos chegaram a ser vendidos oficialmente: o compacto GC2 e o sedan médio EC7, ambos com fabricação chinesa e montagem feita no Uruguai. 

Geely GC2 – Foto: Geely/divulgação

O que a Geely já vendeu por aqui?

O primeiro era um simpático hatch, para brigar com JAC J2, Chery QQ, VW up! e Chevrolet Celta, principalmente. Tinha quatro portas, muito conteúdo de série, motorização moderna (1.0 de três cilindros e 12 válvulas, com cerca de 70 cv) e preço baixo para os padrões da época: R$ 30 mil, contra R$ 29 mil de um up! totalmente “pelado”.

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O segundo, EC7, vinha para bater de frente com Toyota Corolla, Nissan Sentra, Honda Civic e cia. Sedan médio de linhas modernas, trazia motor 1.8 de origem Mitsubishi, mas pecava pela oferta apenas de transmissão manual (uma caixa de cinco marchas). Uma opção automática CVT ficou na promessa, mas nunca chegou. Também era barato pelos equipamentos que oferecia (vários), podendo custar até R$ 16 mil a menos que um Civic similar. Eram menos de R$ 50 mil de preço de tabela…

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Promessas…

Naquela fase de importação pelo Grupo Gandini, a Geely prometia diferentes modelos e tecnologias que nunca vieram de fato ao Brasil. Como exemplo, a variante hatch do EC7 (chamada de “RV”), uma versão “cross” do GC2 (batizada de “GX2”), além do já citado câmbio automático CVT para o sedan médio, ou da tecnologia flex para seus motores 1.0 de três cilindros e 1.8 16v. Aparentemente, não deu tempo.

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O que deu errado na operação da Geely?

Em 2016, quando pararam de importar os modelos para cá, a Geely apontou justamente as vendas baixas como uma das principais razões para abandonar o mercado brasileiro. Além disso, segundo a marca, o Brasil também estava instável, com o dólar em alta e economia pouco atraente. Para piorar, a chinesa não fazia parte do programa Inovar Auto, que liberava a importação de até 4.800 carros por ano sem os 30% extras de IPI.

Geely EC7 – Foto: Geely/divulgação

Quantos Geely ainda existem no Brasil?

No total, pouco mais de 1.000 unidades do GC2 e EC7 juntos foram vendidas por aqui. Considerando que a meta era alcançar 3.500 só em 2014, o resultado foi, no mínimo, frustrante. Segundo dados do DENATRAN, são cerca de 700 EC7 circulando pelo país, incluindo alguns CVT, poucos hatches (RV) e outros registrados com a sigla “FL”, que pode indicar protótipos com o prometido motor flex.

Geely EC7 – Foto: Geely/divulgação

Já o GC2 vendeu menos, então sobraram só 583 unidades na ativa. Sem contar cinco GX2, a tal versão aventureira que ficou só na promessa, e um único LC, a versão original chinesa fabricada em 2011.  

Geely EC7 – Foto: Geely/divulgação

Nova fase

A Geely já esqueceu seu passado pouco glorioso no Brasil, e agora tendo a Renault como braço direito, sem contar modelos com tecnologia de ponta, 100% elétricos, de design moderno e concepção refinada. Para se ter uma ideia, hoje são donos de Volvo Cars e Zeekr, além da Link & Co, que deve chegar ao Brasil em breve. Nova fase!

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