A General Motors e a Stellantis, controladora da Chrysler, elaboraram planos para que trabalhadores administrativos atuem nos centros de distribuição, no momento em que buscam contornar os problemas causados pela greve comandada pelo sindicato United Auto Workers (UAW).

Antes da paralisação, a Stellantis realizou leasing de um depósito não sindicalizado e reservou 30 dias de estoques para 2.500 diferentes tipos de partes de veículos, usados para manutenção dos clientes e para reparos, segundo um documento ao qual o Wall Street Journal teve acesso.

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A Stellantis, dona do Jeep, da Ram e de outras marcas, havia definido anteriormente alguns empregados assalariados para trabalhar no setor de partes de veículos, caso uma greve ocorresse, segundo o documento e as pessoas familiarizadas com o assunto.

Não está claro se a Stellantis usava o depósito ou se havia enviado equipe de funcionários assalariados para ajudar a transportar partes, agora que os locais estão parados. Um porta-voz da empresa não quis comentar os planos para usar o depósito ou trabalhadores que não os sindicalizados para lidar com as partes de veículos, e acrescentou que a companhia está desapontada pois o sindicato “escolheu desrespeitar nossos consumidores”.

A GM, por sua vez, também tem planos para usar trabalhadores do administrativo para lidar com o embarque de partes, de acordo com pessoas ligadas aos planos. A companhia usou a mesma estratégia durante uma paralisação de 40 dias em 2019, a fim de manter os componentes chegando às concessionárias. “Nós temos planos de contingência para vários cenários”, afirmou um porta-voz da GM, acrescentando que a empresa avalia se levará a cabo esses planos.

A greve, que já dura quase duas semanas, parou a produção em três fábricas, uma da GM, outra da Stellantis e uma da Ford Motor. Na semana passada, o UAW também paralisou 38 centros de distribuição de partes da GM e da Stellantis. O sindicato poupou a Ford de mais paralisação, ao dizer que havia progresso no diálogo sobre os contratos com a montadora.