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Penso se determinados penduricalhos deveriam estar nos carros – alguns deles mais atrapalham do que facilitam as nossas vidas. Passei alguns dias com um Ford EcoSport 1.6 com câmbio automatizado de dupla embreagem. Ele tem seus pontos positivos e negativos; não existe um carro perfeito. No entanto, aquele “bendito” estepe na tampa do porta-malas…

É engraçado como as coisas mudam. Se antes o estepe do lado de fora era um charme – como no Ford Thunderbird 1956, por exemplo – atualmente ele é um símbolo de robustez e visual despojado.

Internet
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O Ford EcoSport não é o único carro no mercado nacional a ter aquele “pneuzão” pendurado. O Chevrolet Spin Activ, o Citroën AirCross, o VW CrossFox e os Fiat Idea e Doblò Adventure são outros modelos dessa trupe com uma “gordurinha” à mostra.

Três motivos me levam a criticar esse item. Primeiro: resido em São Paulo e estacionar o crossover na rua estava fora de cogitação. Não queria voltar e perceber que algum gatuno havia cometido um furto. Artimanhas existem para inibir a ação dos bandidos, como o uso de para-fusos antifurto (R$ 179 nas lojas especializadas) e de uma corrente (R$ 98). Entretanto, em Mirandópolis (SP), bairro onde resido, já presenciei três carros pseudo-aventureiros sem o estepe. E o prejuízo é grande. O conjunto de roda aro 16 e pneu 205/60 do EcoSport FreeStyle, que estava testando para fazer minha matéria, não custam menos de R$ 1.400.

E as dores de cabeça não param por aí. O segundo motivo é que, embora dotado de sensor de ré, fiquei pensando nas chances desse equipamento falhar ou de calcular mal o espaço e carimbar o capô de um carro alheio na hora da estacionar com aquele pneu desnecessariamente do lado de fora. Por fim, a terceira razão é que precisei estacionar um pouco mais longe da parede para acessar o compartimento de bagagens devido ao ângulo de abertura da tampa e do suporte articulado da roda sobressalente. Como também acontece no Chevrolet Spin Activ. 

Chevrolet
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Desde que o EcoSport apareceu em 2003, ele popularizou essa “moda”.No entanto, basta ver os principais concorrentes do Ford atualmente para entender que esse item não é imprescindível. Honda HR-V, Jeep Renegade e Renault Duster, por exemplo. Nenhum deles têm o estepe na tampa traseira. Nem o Eco vendido na Europa, que acaba de ganhar uma versão sem o estepe externo.  Gosto não se discute, é verdade. Contudo, existem pessoas que gostam do pneu do lado de fora do carro e devemos respeitá-las. Vale tudo para ter um visual robusto, não é mesmo?!

Uma coisa é certa. Apesar do gosto pessoal de alguns consumidores (não o meu!), a única utilidade que encontro para o estepe na traseira é servir de barreira contra os motoristas que gostam de andar colados. De resto, não há motivos para eles existirem! Talvez exceto em modelos que condizem com essa proposta, como um Jeep Wrangler, um Troller  ou um Suzuki Jimny.

Na Europa, o Eco não tem mais o estepe... e ficou assim (Foto: Ford)
Na Europa, o Eco não tem mais o estepe… e ficou assim (Foto: Ford)

E o que acontece em uma colisão traseira?

O Cesvi México realizou uma simulação de impacto traseiro com um EcoSport. Os ensaios são realizados para analisar e estudar os danos ocasionados em caso de colisão frontal ou traseira, para aferir o custo de reparação, por exemplo. O impacto é feito contra uma parede de cerca de 35 toneladas, enquanto o traseiro acontece com um peso de 1.400 kg (como um veículo de passeio). Tanto o frontal quanto o traseiro são feitos com velocidade entre  24 e 25 km/h.

Confira abaixo o que acontece:

E o que acontece quando não se tem o estepe

https://www.youtube.com/watch?v=Y-k99Ap9GZM