O governo federal confirmou na manhã desta quarta-feira, 25, o aumento do percentual do etanol na gasolina de 27% para 30%. Além disso, houve uma alta da mistura do biodiesel no diesel de 14% para 15%. As medidas passam a vigorar a partir do dia 1º de agosto.

A decisão ocorreu após uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que teve presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do presidente Lula, entre outras autoridades.

A pasta afirma que para chegar à medida foram realizados testes pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com a participação de agentes como a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) e Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).

“Todos os testes indicaram que não havia diferença significativa da utilização de 27% para 30% do etanol”, afirmou Pietro Mendes, secretário nacional de petróleo e gás e biocombustível, em coletiva de imprensa.

O país deixará de ser importador de gasolina e terá um excedente exportável de 700 milhões de litros por ano.

Pietro Mendes, secretário nacional de petróleo e gás e biocombustível
Pietro Mendes, secretário nacional de petróleo e gás e biocombustível – Foto: Reprodução/YouTube/Ministério de Minas e Energia

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Impacto para o consumidor

De acordo com o ministério de Minas e Energia, após a adoção da medida haverá uma redução de até R$ 0,11 por litro de gasolina comum no preço para o consumidor final. Após a coletiva, o ministério de Minas e Energia disse que a economia poderia atingir até R$ 0,20.

Conflitos geopolíticos

Mendes também comentou que o aumento do percentual de etanol na gasolina vai fazer com que o Brasil seja autossustentável no combustível.

Isso vai favorecer o controle dos preços no país, já que com o conflito entre Irã e Israel houve uma volatilidade grande nos valores do petróleo.

“Há o risco de ter uma disrupção das cadeias de fornecimento globais. Por isso essa medida ela é importante para a estabilidade geopolítica do Brasil porque a gente reduzindo importação de combustível a gente se torna mais resiliente a qualquer cenário internacional”, ressaltou o secretário.

Cerca de 1/3 de todo o petróleo vendido no mundo passa pelo Estreio de Hormuz, área que pode ser afetada pelo conflito Irã-Israel.

Refinaria em Duque de Caxias
Refinaria em Duque de Caxias – Foto: Agência Petrobras – André Motta de Souza

Diesel

No caso do diesel, o Brasil importa 23% do que comercializa por aqui. Logo, ele é muito mais afetado caso ocorra um impacto internacional.

“A adoção da medida do B15 [mistura de 15% de biodiesel no diesel] é fundamental para a resiliência e para a segurança energética [do Brasil].”

O governo diz que, com a adoção de mais biodiesel no diesel, um caminhoneiro que roda 12.000 km por mês terá uma economia de até R$ 80 por mês ou de R$ 960 por ano.

Lula

Para Lula, a política de biocombustível é um “modelo que ninguém vai conseguir competir com o Brasil. O Brasil tem uma chance”.