A Fórmula 1 abre a segunda metade da temporada de 2025 com uma etapa que promete grandes emoções. Além da terceira corrida Sprint do ano, o Grande Prêmio da Bélgica pode acontecer em clima chuvoso.

O que chamou a atenção dos fãs foi a escolha do trio de pneus feita pela Pirelli, o Duro eleito é o mais rígido da gama deste ano, o C1, mas depois há um salto para o Médio (C3) e o Macio (C4).

A estratégia da fornecedora com um salto grande entre as alternativas não acontece desde o GP da Austrália em 2022, no qual o C2 atuou como como Duro, o C3 como Médio e o C5 como Macio.

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Por que a Pirelli escolheu essa composição de pneus?

Segundo a marca, os compostos foram escolhidos com a intenção de promover mais de uma parada durante as 44 voltas em Spa-Francorchamps. Como a composição dos pneus foi alterada para a temporada deste ano, fazendo com que a diferença de desempenho entre os duros e médios se torne menor, o salto busca dificultar poucas pausas durante a corrida.

Embora pareça uma decisão arriscada, a fabricante já tinha estipulado o teste e homologado os compostos para essa etapa no começo de 2025. Na época, Mario Isola, diretor de automobilismo da produtora italiana, mencionou a necessidade de romper com a técnica de apenas um pit stop.

Pneus da Fórmula 1 ao vivo – Foto: Divulgação

“As equipes sempre encontram uma maneira de aplicar a estratégia de uma única parada. Não é que estejamos tentando pressioná-los a adotar uma tática de dois pit stops por ser melhor, por trazer mais ação, mais imprevisibilidade e melhores corridas, mas com os três compostos tão próximos, eles sempre tentam combinar duro e médio para parar somente uma vez” afirmou Isola.

O problema em questão é que a onda de calor que atingiu a Europa se tornou um ciclone de baixa pressão que trouxe fortes chuvas do Oceano Atlântico. Com isso, a previsão do tempo indica que o clima deve permanecer entre 15°C e 22°C com até 50 mm de chuva na região.

Além disso, esse formato estipula um jogo de pneus a menos do que em um fim de semana normal: cada piloto terá 12 conjuntos, seis de Macios, quatro de Médios e dois de Duros para todo o final de semana — os Médios serão os únicos permitidos para as duas primeiras partes da Classificação Sprint e os Macios precisam ser utilizados obrigatoriamente na terceira.

A dinâmica do fim de semana deve sofrer diversas alterações, forçando as equipes a investirem em estratégias benéficas para todos os dias e condições climáticas.

Afinal, quais são as diferenças entre os pneus da Fórmula 1?

Pneus da Fórmula 1 – Foto: Reprodução/Pirelli

Atualmente, a categoria trabalha com cinco tipos de compostos, todos seguindo uma escala baseada em sua consistência e adequação de pista. A cada fim de semana, a Pirelli fica responsável por determinar o grupo de três jogos que as escuderias devem usar.

  • C1 – Esta é a opção mais dura na gama Pirelli. Ele é projetado para circuitos que exigem maior esforço e que normalmente apresentam curvas rápidas, superfícies abrasivas ou temperaturas ambientes altas. Demorando mais tempo para aquecer, ele se torna o pior para voltas rápidas logo após a parada, mas o melhor em durabilidade.
  • C2 – Embora seja mais versátil, o C2 ainda está na extremidade mais dura do espectro. Este pneu se destaca em circuitos que apresentam altas velocidades, temperaturas e energia. Para os organizadores essa alternativa é a mais adaptável a diversas pistas.
  • C3 – O Composto 3 alcança um ótimo equilíbrio entre performance e durabilidade, com ênfase no primeiro conceito. É um pneu versátil, que pode ser usado tanto como macio, em uma pista de alta severidade, quanto duro, em uma pista de baixa severidade ou nos circuitos de rua – essa tende a ser a opção mais utilizada.
  • C4 – Este material funciona bem em pistas estreitas ou curtas e sinuosas. Tem um aquecimento rápido e grande pico de desempenho, por outro lado sua vida útil é relativamente limitada.
  • C5 – O quinto composto é o herdeiro do conhecido hiper macio: o mais rápido que a Pirelli já criou. Este pneu é adequado para todas as etapas que demandam altos níveis de aderência, em troca de sua velocidade extra e aderência, sua vida útil é menor que a dos outros pneus na gama.
  • C6 – Por fim, essa é a mais nova adição da fabricante. Lançado este ano, esse material ainda não é muito usado, já que ele é ainda mais macio que o C5, o que implica seu desgaste em tempo recorde.

Por fim, há também os intermediários (verdes) e de chuva forte (azuis), utilizados apenas quando a pista está muito molhada.

*Informações oficiais do site da Pirelli

**Estagiária sob supervisão