Barato o Honda Accord não é, principalmente zero-quilômetro, quando passa um pouco dos R$ 90 mil – preço do modelo vendido hoje, da nova geração. Tudo bem que é um sedã excepcional, mas poucos podem comprá-lo. Mas, por quase exatamente a metade deste valor, você pode comprar um Accord 2.0 com três ou quatro anos de uso. O que, diga-se de passagem, não é muito para um Honda top de linha.

Os veículos japoneses são conhecidos pela grande confiabilidade mecânica. “Trata-se de um carro que não costuma vir frequentemente à oficina, já que oferece segurança no que diz respeito à mecânica”, diz Mauro Frison, dono da oficina Frison Tech, de São Paulo. Mas, mesmo se tratando de um carro confiável, haverá momentos em que as peças terão que ser trocadas e, aí, a dor de cabeça pode estar por vir. Isso porque o valor de suas peças de reposição é bastante alto.

E não adianta muito procura-las as peças no mercado paralelo. Mesmo com valores mais baixos do que na rede oficial, a disponibilidade delas é limitada, principalmente porque ele vinha importado do México, onde já saiu da linha de montagem (o modelo atual vem do Japão).

Este fator é em parte responsável pelo Accord ter uma grande desvalorização. “Tenho este carro há três anos. Na época, paguei R$ 83 mil, mas agora achei um igual por pouco mais de R$ 50 mil, uma boa desvalorização”, explica Luiz Carlos, um dos proprietários consultados. Por outro lado, o carro só ganha elogios quando se fala em espaço, conforto, consumo e comodidade. Com 4,81 m de comprimento, ele transporta tranquilamente cinco passageiros, com muito conforto, além de ter um porta-malas bastante espaçoso, com capacidade para 466 litros (mas com o braço da tampa que invade o bagageiro e pode danificar as malas mal colocadas).

Ainda para compensar o custo das peças e o investimento, ele acena com um consumo baixo (mas roda só com gasolina). “É um carro muito econômico e com um belo desempenho. Consigo fazer de 8 km/l a 8,5 km/l na cidade”, afirma Luís Lorette Neto. Mario Serva de Carvalho, outro proprietário, diz: “A economia de combustível já era algo que havia notado em um Accord que tive no passado, e é por isso que optei pela compra de outro, mais novo.”

E eles têm razão: mesmo com seu grande porte e equipado com motor 2.0 de 150 cv de potência, o Accord não consome muito – mérito do motor moderno e da boa transmissão automática, que é suave.

Para quem busca um veículo com tais características, o Accord LX 2.0 2006 é uma opção de compra bastante interessante na casa dos R$ 40 mil, mesmo com sua lista de equipamentos de série mais enxuta que seus principais concorrentes e a manutenção alta (mas rara).

O motor 2.0, no alto, é bem econômico, o rádio é integrado ao painel e o câmbio, muito bom

O seguro não é muito alto, mas varia bastante conforme o perfil do proprietário

Pelo mesmo preço

Kia Picanto EX 1.0 Aut. O km R$ 40.801

Oferece bons equipamentos de série e possui um dos motores 1.0 mais econômicos do mercado.

Blazer Advant. 2.4 MPFI flex 20087.792

Tem bom espaço interno e motor potente, além de capacidade para mais passageiros. Mas gasta muito.

Hora da compra

Esteja alerta aos barulhos

Na hora da compra, certifique-se no manual do proprietário se foram feitas todas as revisões obrigatórias. Se não tiver o manual, evite. Procure com calma, já que a difererença de preço de um modelo maltratado para um bem-cuidado pode ser pequena e, dependendo do reparo, o custo pode ser um pouco alto. Evite Accord bege, e principalmente com acabamento interno claro, já que os bancos e o painel podem ficar encardidos, o que dá mais trabalho na hora da revenda.

Acima, o painel: apesar do ótimo acabamento, os itens de série são um tanto escassos para um carro deste valor

GOSTO…

“Gosto do carro como um todo, mas seus maiores destaques positivos são o consumo e o preço dos modelos usados”

Bruno Silva

Proprietário

NÃO GOSTO…

“Eu acredito que um veículo deste valor deveria oferecer uma lista de equipamentos de série muito mais completa”

Luís Lorette Neto Proprietário

MERCADO

Em seu segmento, o Accord é o que mostrou a maior desvalorização (45,2%), quando comparado com Fusion (42,7%) e Jetta (23,3%)