Em 1974, a Gurgel Motores apresentou no Salão de São Paulo daquele ano o Itaipu, um minicarro capacidade para dois passageiros que foi o primeiro automóvel elétrico desenvolvido na América Latina. Apesar da proposta interessante, o conceito não ganhou produção em série. Mas acabou servindo de base para o E-400, um utilitário produzido entre os anos de 1981 e 1982 e que foi o primeiro carro elétrico produzido em série no Brasil.

Oferecido nas carrocerias furgão e picape e com capacidade para 400 kg (E-400) e 500 kg (E-500) de carga, tinha uma carroceria em fibra de vidro de linhas bem arredondadas e estava equipado com um motor elétrico de apenas 13,6 cv, que combinado a um câmbio de quatro marchas de origem Volkswagen permitia ao E-400 atingir os 80 km/l. Além da baixa velocidade máxima se comparado aos carros com motores a combustão, tinha outro problema comum aos elétricos daqueles tempos: a combinação de pequena autonomia (127 km no uso urbano) e a demora na recarga das oito baterias de chumbo-ácido, que variava entre seis e oito horas.

O utilitário acabou sendo vendido em pequenas quantidades, sendo empregado principalmente nas frotas de empresas estatais. A sua carroceria, porém, foi reaproveitada no modelo G-800, que empregava a mecânica VW a ar no lugar do motor elétrico e das baterias e durou até 1988.