01/09/2025 - 7:00
O Argo é o coringa da Fiat. Veio, numa tacada só, substituir Palio, Punto e Bravo, e conseguiu cumprir sua meta sem muitos problemas. No lançamento, há pouco mais de oito anos, lá no finalzinho de maio de 2017, ele chegou chegando com a missão de assumir o posto de hatch popular, premium e até, de certa forma, médio dentro da gama da marca italiana.
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A chegada do Fiat Argo
Seu projeto se iniciou na primeira metade da década de 2010, e dentro da Fiat foi chamado de X6H. Com uma nova plataforma, a MP1, que trouxe um pouquinho do seu antecessor Punto, o Argo pôde acomodar uma mecânica moderna. Na estreia, tinha os motores 1.0 Firefly tricilíndrico de até 77 cv, 1.3 Firefly de até 109 cv, que o acompanham até hoje (recalibrados com menos potência), além do aposentado 1.8 E.TorQ de 139 cv e sua fama de “beberrão”.
Em conjunto, trazia câmbio manual de cinco marchas (casado com os três motores), automatizado GSR (exclusivo do 1.3) e o Aisin AT6, automático de seis velocidades que só poderia vir nas versões 1.8. Hoje restam apenas o manual e um automático CVT aliado ao 1.3. Bonito, moderno, espaçoso, robusto mecanicamente e apostando no bom conjunto da obra, ele foi caindo no gosto do público com o passar do tempo. Foi um crescimento progressivo, nada imediato.

Depois veio o Argo Trekking…
Quem foi de grande valia nesse processo, sem dúvidas, foi o aumento da gama de versões. De início eram três, Drive, Precision e HGT (com visual esportivo), mas não demorou para estrear também uma básica, sem nome, que chegou já em 2018 custando menos de R$ 45 mil. Na época, era o mesmo preço de um Renault Kwid topo de linha. No ano seguinte veio a Trekking, pseudo-aventureira, que caiu no gosto daquele público sem dinheiro para um SUV compacto.

Nessa trajetória, que já se aproxima de 1 década, o primeiro a sair de cena foi o câmbio GSR, automatizado, que era um bom intermediário entre o manual e automático convencional. Tal tecnologia foi “deixada de lado” pela Fiat no Brasil, então também desapareceu da linha Argo logo no começo de 2020. Como só estava disponível na versão Drive GSR, as perdas não foram tão sentidas.

Mais para o final do mesmo ano, a versão Precision era outra que deixava de ser oferecida. Com isso, HGT e Trekking passavam a ser as únicas com o motor 1.8 E.TorQ, que nessa altura do campeonato já havia perdido a opção de câmbio manual. Esses Argo 1.8 manual, inclusive, são figurinhas raras nas ruas, em especial os Precision, que não tinham o mesmo apelo esportivo da HGT.

Motor 1.8 saiu de cena em 2021
No final de 2021, o conjunto do motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas foi “vetado” pelas novas leis de emissão do Proconve, que também exigiram mudanças nos motores 1.0 e 1.3. O saldo disso é visto ainda no Argo 2026, que está nas concessionárias em versão Drive 1.0 e 1.3 CVT, além das Trekking 1.3 manual ou CVT. Todas as outras configurações e opções mecânicas saíram do catálogo, bem como equipamentos interessantes como as rodas aro 17 ou airbags laterais, por exemplo. A enorme lista de acessórios Mopar também foi “enxugada”.

Perdeu, mas segue ganhando
O Argo pode ter perdido motores, equipamentos ou versões, mas ganhou sucesso e se consolidou no mercado nacional: ele está há um bom tempo na lista dos cinco automóveis mais vendidos, e já ganhou, inclusive, a aprovação dos motoristas de transporte por aplicativo. Hoje o Argo já passa das 600 mil unidades vendidas no Brasil, e 100 mil delas vieram menos de dois anos depois do lançamento. Sucesso merecido.
