O último Honda Accord que tive foi um modelo 1995 versão LX, logo que sua carroceria passou da quarta para quinta geração. Naquela época, o modelo era equipado com um motor 2.2 de quatro cilindros todo fundido em alumínio, com duplo comando de válvulas no cabeçote e 130 cv de potência.  

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Honda Accord 1995 – Foto: Gabriel Antunes

Nas versões mais caras, ainda havia o sistema VTEC, moderno, que permitia que o motor na época saltasse para 145 cv. Com ou sem VTEC, o 2.2 vinha junto de um câmbio manual de cinco marchas, ou era acoplado a um câmbio automático de quatro velocidades, caso do exemplar azul marinho que tive. Um belo carro! 

Honda Accord 1995 – Foto: Gabriel Antunes

Comprei esse Honda lá pelo ano 2015, de uma senhora idosa que o havia adquirido zero km, e rodava apenas pelo bairro em que morava. Apesar dos 20 anos de uso, tinha baixa quilometragem e pouco desgaste natural em tapeçaria e carroceria. Era o tal de carro de garagem, e fiquei com ele por cerca de dois anos.  

Honda Accord 1995 – Foto: Gabriel Antunes

Não há como não comparar esse meu Honda Accord com o modelo hoje vendido por aqui. Só para que se tenha uma ideia, aquele meu Accord era o de quinta geração, e o atualmente comercializado já está em sua decima primeira geração. São vinte anos e seis gerações adiante. Outro carro! 

Honda Accord eHEV – Foto: Lucca Mendonça

É fácil explicar, porque a Honda teve tantas novas gerações do Accord desde 1976, quando surgiu pela primeira vez no mercado mundial. Como os japoneses queriam que seu sedan fosse um sucesso de vendas principalmente nos Estados Unidos, fez com que suas gerações tivessem curto período de vida, para que o consumidor tivesse um novo modelo na concessionária na hora de trocar de carro.  

Honda Accord eHEV – Foto: Lucca Mendonça

O fato é que além do carro ser bom, o consumidor via no Accord um modelo jovial e contemporâneo, ajudando a aquecer suas vendas. A medida em que cada geração passava, o Accord ficava cada vez mais maduro e ia melhorando suas qualidades. Era a tal da evolução sendo vista com o passar do tempo em curtos períodos.  

Honda Accord eHEV – Foto: Lucca Mendonça

A décima primeira geração, vendida hoje em nosso mercado, é a clara demonstração do que estou descrevendo. Com relação aquele meu Honda de quinta geração de 1995, o atual é cerca de 30 cm mais longo e com uma distância entre-eixos cerca de 13 cm maior. O carro atual cresceu, está mais parrudo e com uma mecânica que tecnologicamente faria morrer de vergonha aquele meu velho Accord 95. 

Honda Accord eHEV – Foto: Lucca Mendonça

Para movimentar o Honda Accord 2025, uma mecânica hibrida que mistura um motor de combustão interna de 2.0 litros, que opera no ciclo Atkinson, em conjunto com um motor elétrico integrado a um câmbio automático CVT. Tal conjunto permite ao agora grandalhão Accord chegar aos 24 km/l de gasolina com uma potência combinada que supera os 200 cv. Milagres da tecnologia!  

Honda Accord eHEV – Foto: Lucca Mendonça

O carro anda muito bem e consome pouquíssimo combustível, como era de se esperar de um Honda atual. Certamente o novo Accord é um desses carros que eu gostaria de ter em minha garagem. Maciez, silencio absoluto ao rodar, espaço interno abundante e um interior de primeira são algumas das qualidades dessa 11ª geração. Não que o meu, ano 1995, fosse diferente, mas claro que o sedan evoluiu muito bem.

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Mas, claro, nem tudo é sonho e fantasia. Acreditem, mas essa máquina japonesa tem um enorme defeito, daqueles que não dá para perdoar: o seu preço. Salgado ao extremo em minha opinião, o Accord 2025 custa algo ao redor dos R$ 332 mil. Certamente essa cifra fará com que muito consumidor coce a cabeça antes de se empolgar para uma compra. Talvez até veja com outros olhos o seu irmãozinho menor Civic, achando que talvez ele não precise de um grandalhão do tamanho do Accord…