06/07/2025 - 13:00
A Honda passou a vender o Civic 2025 renovado aqui no Brasil. Pelo mesmo preço de antes, ele ganhou retoques na dianteira, lanterna traseira escurecida, além de mudanças internas, como mais funções na multimídia. A Toyota, por outro lado, já tem seu Corolla híbrido sem mudanças significativas há algum tempo. O primeiro vem de longe, da Tailândia, enquanto o segundo é feito em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Por mais que haja essas, e outras diferenças, a rivalidade entre Civic e Corolla é eterna. Por essas e outras, vale o comparativo rápido, o bom e velho “bate-bola” entre os sedans: preço, motorização, desempenho, consumo e autonomia, espaço interno e porta-malas, além de equipamentos de série.
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Preço

Grande impasse entre eles. O Civic, importado, anda “com o rei na barriga”, e cobra caro: são R$ 265.900 pela versão única disponível, Advance eHEV, ainda que seja possível encontrar unidades 0 km em estoque de algumas concessionárias por até R$ 220 mil. O Toyota, por outro lado, cobra R$ 199.990 pela versão Altis Premium Hybrid, a mais cara e única com motorização que mescla combustão e eletricidade.

Falamos de quase R$ 66 mil de diferença por modelos bastante similares no tamanho, segmento, proposta e nível de tecnologias. O artifício do Honda, porém, está na motorização bem mais poderosa, ainda que o Corolla seja o único flex.
Motorização
O Civic eHEV usa um motor 2.0 16v naturalmente aspirado, a gasolina, que trabalha no ciclo Atkinson, entregando 143 cv de potência e cerca de 19 mkgf de torque. Aliado a ele, um motor elétrico dianteiro com outros 180 cv e 32 mkgf imediatos que, sozinho, já move o sedan da Honda com muita agilidade. Ao menos enquanto tiver carga nas baterias de aproximadamente 1 kWh de capacidade (vão debaixo do banco traseiro). A transmissão é uma CVT, automática continuamente variável.

No Corolla Hybrid, a vantagem de queimar também etanol. Com esse combustível vegetal, seu motor 1.8 16v entrega tímidos 101 cv de potência com aproximadamente 14,5 mkgf de torque. Junto dele, dois motores elétricos, que totalizam outros 72 cv e 16,6 mkgf de força imediata. A bateria do Toyota é um pouco maior, 1,3 kWh, mas ainda não consegue atingir autonomia significativa, como no Honda. A transmissão também é uma CVT dedicada a modelos híbridos.

Desempenho
Ainda que nenhuma das duas marcas divulgue potência e torque combinados entre combustão e eletricidade, fica claro que o Civic reúne (bem) mais força no seu powertrain. E, claro, acelera bem mais: leva menos de 8 segundos na prova de 0 a 100 km/h, atingindo os 180 km/h de velocidade máxima com limitador eletrônico.

O Toyota, bem mais pacato, cumpre o teste de aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 12,5 segundos, e não passa dos 170 km/h de máxima. E nem é porque o Corolla pesa mais: as fichas técnicas de ambos indicam exatamente 1.450 kg em ordem de marcha, ou seja, empatam na balança.

Consumo e autonomia
Pelos números de consumo médio do Inmetro, o Civic sai na frente: são 18,4 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada, sempre com gasolina. O Toyota, com o mesmo combustível, faz 17,5 km/l na cidade e 15,2 km/l na estrada. Vantagem do Corolla, que queima etanol, e com o derivado da cana faz 12,5 km/l e 10,7 km/l, respectivamente.
O sedan da Toyota compensa com o tanque um pouco maior, chegando a 43 litros, e proporcionando alcance máximo de 752 km. São 40 no Honda, que atinge até 736 km de autonomia oficial nas melhores condições.
Espaço interno e porta-malas
Mais uma vez, vitória do Civic. Seu entre-eixos de 2,73 m é superior ao do Corolla (2,70 m), assim como o porta-malas de 495 litros (são 470 no Toyota). Vantagens, certamente, do projeto mais moderno e atual, por mais que os dois tenham plataformas modulares e conceitos mundiais.
Equipamentos de série

De série nos dois, há rodas de liga-leve aro 17, conjunto óptico em LED, painel de instrumentos digital, sensores de chuva e crepuscular, retrovisor interno fotocrômico, multimídia de 9″ com conexões sem fio, banco do motorista com ajustes elétricos, bancos forrados em couro, ar-condicionado digital automático dual zone com saídas traseiras, chave presencial e partida por botão, carregador de celular sem fio, teto-solar elétrico, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré, seletor de modos de condução (Eco, Normal e Sport), entre outros.
No pacote de segurança, ambos trazem piloto automático adaptativo (ACC), alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa ativo e farol alto automático, principalmente.

O Honda, porém, é o único com freio de mão eletromecânico, função Auto Hold, sistema de som assinado (Bose), banco do passageiro com ajustes elétricos, câmera lateral (LaneWatch), airbags laterais traseiros (8 bolsas no total, contra 7 do Corolla), e funcionalidades Google na multimídia (Maps, Play Store e Assistente de Voz). O Corolla contra-ataca com o painel de instrumentos maior (12,3”, ante 10,2” do Civic), airbag de joelho para o motorista, monitores de ponto-cego, alerta de tráfego cruzado traseiro, dentre outras pequenices.
Conclusão
É uma missão difícil para a Honda vender o Civic eHEV por um preço tão mais alto, sem oferecer tanto conteúdo exclusivo assim, de fato. Porém, fica claro que ele se sai melhor no desempenho (com muita folga), consumo médio e eficiência energética geral. Também passa um ar de carro superior, com som assinado e banco do passageiro com ajustes elétricos, principalmente.
O Corolla Hybrid surfa na onda de muita confiabilidade e pouca desvalorização da Toyota, e conta pontos a favor como a motorização híbrida flex, mais assistentes de condução e produção nacional, o que tende a facilitar a oferta de peças de reposição e até manutenção fora da rede de concessionárias. E, claro, custa R$ 66 mil a menos…