Enquanto os carros totalmente elétricos, como o Nissan Leaf (que começou a ser vendido no mês passado nos EUA), ainda são um tanto caros e oferecem uma autonomia limitada, a solução (provisória) para carros mais verdes e que permitam rodar mais que 200 quilômetros sem paradas está na combinação de motores a combustão e a eletricidade. “O sistema híbrido se destaca como opção mais próxima da realidade”, explica Alberto Guedes, engenheiro da Honda.

Pensando nisso, a Honda lançou o Insight – seu primeiro híbrido – em 1999. Desde 2009, sua segunda geração é vendida nos EUA e no Japão e foi ela que esteve aqui, no Salão do Automóvel. Com sistema híbrido paralelo (o motor elétrico ajuda o propulsor a combustão), tem 111 cv de potência total (98 cv do motor 1.3 a gasolina e 13 cv do elétrico). Se o desempenho não empolga (e nem almeja isso), ele agrada com baixo consumo, bom espaço interno e porta-malas grande (raridade nos elétricos).

Como no Fusion Hybrid, quanto mais econômica a maneira que você dirige, mais folhas verdes aparecem no painel – e, quando a economia máxima é atingida, as mesmas folhas formam a palavra “Eco”. Interessante também é a iluminação do velocímetro, que muda conforme o modo que se dirige. O sistema também mostra ao condutor qual motor está em uso: o elétrico age sozinho apenas abaixo de 30 km/h em velocidade constante ou, em conjunto com o movido a gasolina, para força extra em retomadas.

Para poupar mais energia, além do sistema start/stop, ele possui o Eco Assist: ao apertar o botão ECON, parâmetros da central eletrônica se modi cam para reduzir ainda mais o consumo – com uma perda de 4% da potência e respostas mais lentas.

A marca, infelizmente, deixou claro que não pretende trazê-lo ao Brasil. “Se for para vender por R$ 100 mil, a Honda nem quer vendê-lo” – a rma o engenheiro. Um preço acessível só seria possível se o governo oferecesse incentivos para a importação e produção de elétricos e híbridos (como ocorre em outros países). Não é por acaso que, assim como a Honda, outras montadoras têm mostrado aqui estes tipos de carro, mas “sem intenção de venda” – até que o governo morda a isca e crie os tais incenivos.

O interior, acima, tem vários elementos do Civic. Ao lado, o botão que reduz mais o consumo (e também o desempenho)

Acima, o painel de instrumentos (no lado esquerdo indica o uso do motor elétrico e, no centro, informações “verdes”) e o sistema de som.

Abaixo, o amplo porta-malas e o motor 1.3 a gasolina