Nem sempre a primeira impressão é a que fica: ao olhar para a Honda GL1800 Gold Wing, a pergunta que vem à cabeça é: “Será que consigo pilotá-la?” E a resposta parece negativa, pois o tamanho assusta. Com 2,64 m de comprimento, ela pode ser chamada de “a limusine das motos”.

Após sentar na confortável poltrona, é hora de dar a partida e ouvir o motor seis cilindros roncar como música para os ouvidos: são 118 cv e 17 kgfm de torque. O objetivo não era circular pela cidade (ela não foi feita para isso), mas, para chegar a uma estrada, tive de encarar o caótico trânsito de São Paulo. E posso dizer que me senti em um carro, preso atrás dos outros carros. Uma tarefa um tanto cansativa (principalmente para as pernas, quando parado), mas ainda confortável. O curioso é que os mesmos 372 quilos não são percebidos quando a grandalhona está em movimento. Preso no congestionamento, pude desfrutar do sistema de som com quatro alto-falantes – dois na frente e os outros dois atrás, com ótima qualidade sonora –, mesmo em alta velocidade e com o capacete fechado. Opcionalmente, a marca vende um capacete com sistema integrado à moto, que permite até conversar com o garupa via rádio.

Um sistema eletrônico possibilita ajustar a altura da suspensão e do farol conforme a carga, garantindo melhor visibilidade, mesmo em viagens noturnas. Com excelente distribuição de peso e um baixo centro de gravidade, ela ainda é fácil de manobrar em qualquer velocidade, transmitindo muita segurança. Falando nisso, a moto tem airbag de série e freios com Dual Combined ABS.

Na estrada, seu verdadeiro território, a Gold Wing mostra por que é chamada de melhor estradeira do mundo. Durante nossa avaliação, em uma viagem pelo litoral paulista, a moto mostrou um ótimo comportamento dinâmico, passando segurança, conforto e desempenho na medida certa, garantindo uma longa viagem sem muitas paradas para descanso. Se fôssemos compará-la a um carro, poderíamos dizer que seria um BMW Série 7 ou um Mercedes Classe S. Seu tanque de combustível tem capacidade para 25 litros, proporcionando uma ótima autonomia, e seus bagageiros, dois laterais e um central, comportam, no total, até 147 litros de carga.

Nos EUA, já foi lançado um novo modelo 2010, com pequenas mudanças: ela ganhou um sistema de navegação por GPS integrado ao display e um rádio via satélite, e, além disso, parte dos botões foi retirada para simplificar a vida do piloto. Este novo modelo deve chegar aqui ainda neste semestre, provavelmente já como modelo da linha Honda 2011.

Acima, os comandos do rádio e do sistema de comunicação e os ajustes de altura da suspensão e do farol.

Abaixo, o painel, a manopla esquerda, com mais controles do som, e a manopla direita, com piloto automático e acionamento da ré