A sul-coreana Hyundai decidiu entrar firme na briga pelo carro mais e ciente e sustentável do planeta. Só que, ao contrário dos franceses da Renault e dos japoneses da Toyota, que apostam, respectivamente, nos motores elétrico e híbrido, os coreanos concentram seus esforços na célula de hidrogênio. Em Seul, a capital da Coreia do Sul, é possível ver uma dezena de modelos ix35, como os da foto que ilustram este texto, rodando pelas ruas. Um deles é pilotado por Sae-Hoon Kim, engenheiro-chefe de célula de combustível da marca.

O crossover é silencioso e, do escapamento, sai apenas vapor de água. Mas Kim diz que existe um longo caminho a percorrer antes que o sistema ganhe escala industrial. “Nosso grande desafio é reduzir o custo de produção e ampliar a durabilidade do motor”, disse o executivo à MOTOR SHOW. “Hoje ele teria de ser vendido por um preço cinco vezes acima do cobrado pelo convencional. Pelas contas do executivo, a viabilidade virá com 100 mil veículos ao ano.

Mas quando o assunto é “encher o tanque” ele leva a melhor. Lá, com o equivalente a R$ 12 é possível comprar um quilo de hidrogênio, que permite rodar 100 km. O motorista de um automóvel movido à gasolina teria de desembolsar R$ 32 para percorrer o mesmo caminho com um modelo que faça 10 km/l. Comparado à eletricidade, no entanto, o gasto com o hidrogênio é maior. Já com relação à segurança, Kim afirma que “os crash tests mostraram que não existe o risco de explosão da bateria, em caso de colisão”.

A Hyundai assinou uma parceria com o governo da Alemanha para a instalação de postos de recarga, o que deverá ser proposto à Prefeitura de Paris. “Sem infraestrutura de abastecimento é impossível popularizar essa tecnologia”, diz o executivo da Hyundai.

Segundo Sae-Hoon Kim, engenheiro-chefe da Hyundai (na foto), um ix35 movido a hidrogênio, hoje, custaria cinco vezes mais que um à gasolina. No Brasil, se a proporção se mantivesse, o valor do carro seria de R$ 450 mil