Depois de muito protelar, o grupo Caoa, representante da Hyundai no Brasil, apresentou oficialmente o hatch médio i30, que chega para brigar com Astra, Golf, Stilo, Punto, C4 e companhia. Conforme MOTOR SHOW antecipou em maio de 2008, o lançamento do modelo estava previsto para o último Salão do Automóvel, mas, por conta da crise financeira, a marca adiou sua importação.

Muitos itens de série e um bom desempenho são as principais qualidades deste coreano

No primeiro final de semana de vendas do modelo, 85 unidades foram comercializadas só na capital paulista. Este número reforçou a aposta da Hyundai no i30. E suas pretensões não são nada modestas. “Nossa meta é vender cerca de dois mil carros por mês”, afirma Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente do grupo Caoa. Só para comparar, no mês de abril, o Punto teve 2.096 emplacamentos.

Para atingir tamanho sucesso, o i30 conta com visual descolado e uma lista de equipamentos bastante generosa. O carro, desenvolvido em um estúdio de design da Hyundai na Alemanha, é importado da Coreia do Sul, e chega ao Brasil na versão GLS com motor 2.0. O pacote básico, de entrada, oferece direção elétrica, freios ABS com EBD (distribui a força de frenagem entre as rodas), airbag duplo, ar-condicionado analógico, rodas de 17″, trio elétrico, rebatimento elétrico dos retrovisores, sensor de chuva e câmbio manual de cinco marchas. Nessa configuração, o i30 sai por R$ 54 mil – ou R$ 58 mil com transmissão automática.

O espaço interno merece elogios. Sua distância entre-eixos de 2,65 m é a maior entre os concorrentes, proporcionando comodidade a bordo. Desde a configuração de entrada, a lista de equipamentos generosa conta com airbag duplo, ar-condicionado, direção hidráulica e pneus 225/45 R17. Entre os “problemas” do modelo estão o câmbio automático, que não oferece trocas manuais e dispõe de apenas quatro marchas, e a ausência do sistema flex. Ainda assim, o modelo deve agradar aos consumidores de carros médios

No pacote intermediário, o arcondicionado passa a ser digital e o consumidor ainda leva o teto-solar. Nesse caso, o preço sobre para R$ 63.900 (manual) ou R$ 69 mil (automático). Já o top de linha, que custa R$ 72 mil, só está disponível com transmissão automática e oferece ainda bancos revestidos em couro, airbags frontais, laterais e de cortina e controles eletrônicos de estabilidade e tração.

A configuração avaliada foi a automática. O carro é extremamente silencioso, macio e estável, graças ao conjunto de suspensão do tipo MacPherson na frente e multilink atrás. Seu motor 2.0 DOHC, que chega a 145 cv aos 6.000 rpm e dispõe de 19,4 kgfm de torque, oferece um bom desempenho, mas a transmissão automática não aproveita toda a saúde do propulsor. Por contar com apenas quatro velocidades, as relações são muito longas. Também é uma pena não possuir opção de troca sequencial.

Hoje só o hatch i30 com pacote intermediário e câmbio automático (R$ 69 mil) pode ser encontrado nas concessionárias da marca, mas o presidente da Caoa afirma que nos próximos três meses a gama estará completa, inclusive com a perua, que chega em agosto.

Em todo caso, é mais uma interessante opção de compra no segmento de hatches médios, que está em renovação. Para melhorar a oferta, só faltou a Hyundai oferecer um motor bicombustível. Este, aliás, é um dos únicos pontos negativos do modelo coreano. Os concorrentes que se cuidem.