22/10/2025 - 7:00
A Volkswagen do Brasil estreou no Brasil a sua inteligência artificial (IA) generativa, chamada de Otto. Ela foi desenvolvida durante um ano pela montadora em colaboração com a Accenture para o mercado nacional.
A IA da Volkswagen está disponível apenas para as versões topo de gama do Tera, que contam com celulares Android e plano de conectividade ativo (veja mais abaixo). Ele se assemelha a outros assistentes de voz já presentes no mercado automotivo, como Alexa, Siri, MBUX (Mercedes-Benz) e BMW Intelligent Personal Assistant, para citar.
Como funciona a IA da Volkswagen?
Ela funciona como um assistente de voz que permite a interação entre o motorista e o veículo. Segundo a VW, o sistema foi projetado para responder a perguntas, fornecer informações e executar comandos.
A plataforma utiliza modelos de linguagem do Google sobre uma arquitetura da Volkswagen, que permite a integração com os dados do carro e aplicativos. O Otto tem um design inspirado na Kombi.
Ativação
Ativado pelo comando de voz “Fala, Otto”, o sistema oferece as seguintes funcionalidades:
- Informações do Veículo: responde a perguntas sobre autonomia, status de manutenção e itens do manual.
- Comandos de Voz: permite ao motorista solicitar informações sobre clima e rotas.
- Serviços: identifica serviços próximos, como postos de combustível ou concessionárias.
- Perguntas Gerais: responde a questões abertas sobre temas variados.
Pacote de conectividade
Para ter acesso à IA, o proprietário do Tera devera assinar um pacote de conectividade. Atualmente, o pacote Pro é gratuito por 12 meses, a partir da data de venda, e posteriormente custa R$ 24,90 mensais.
O chamado “VW Club”, que adiciona outros serviços, sai por R$ 39,90 nos primeiros 12 meses, passando depois para R$ 59,90 após esse período, adicionando todo o conteúdo do Pro por mais R$ 20, o que representa um benefício de quase 20% sobre o seu preço individual.
A Volkswagen explica, entretanto, que neste momento o Otto não está vinculado diretamente a um desses pacotes, devendo apenas ter um plano ativo, nesta “primeira fase” do projeto.
“O objetivo é especialmente permitir uma primeira experiência completa a nossos clientes e, em especial, receber retornos dos clientes sobre o produto, pacotes, usabilidade, entre outros. O objetivo é criar um grupo altamente colaborativo entre VW e os clientes.”
Tem que ter sistema Android
O Otto é nativo no aplicativo Meu VW 2.0, com espelhamento no VW Play Connect. Isso significa que os usuários podem acessar a IA pelo celular e visualizá-lo diretamente na central multimídia do carro.
“Por enquanto, o Otto está liberado para clientes com sistema operacional Android que tenham plano de conectividade VW ativo em seu carro, permitindo que nossos clientes tenham a experiência plena de todos os recursos disponíveis por meio do Otto. Atualmente, os clientes têm 12 meses de conectividade gratuita ao adquirir um carro conectado.”
Detalhes específicos sobre outros planos de conectividade que incluirão o Otto, inclusive se haverá algum outro período de gratuidade, serão divulgados em breve, ressalta a marca.
Modelos e versões disponíveis
O Otto está disponível no Tera, por enquanto, nas versões que contam com a VW Play Connect. Sendo assim, é possível utilizar o Otto nas configurações Comfort, High e no Outfit, pois trazem o VW Play Connect de série. A versão 170 TSI Manual oferece a VW Play Connect como opcional. Caso o consumidor compre o modelo com ela, também passa a ser possível utilizar o Otto.
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IA presente em automóveis não é de hoje
A IA que debutou no Tera é a chamada generativa, tecnologia que se concentra na criação de conteúdo novo e original, em vez de apenas analisar dados. No entanto, a IA em seu termo mais amplo, que analisa grandes volumes de dados para identificar padrões e gerar soluções, existe há muito tempo e está presente em todos os carros modernos atualmente.
“Chamamos de IA, e eu acho que na cabeça de todo mundo, quando eu tenho comunicação com a internet. Sim. E, na IA, eu tenho uma linha embaixo, que é aprendizado de máquina, ou machine learning. Que já é aplicado pelos veículos, só que a gente não chamava de IA. A gente chamava de algoritmo, chamava de outras coisas, mas não necessariamente inteligência artificial. Mas ela está debaixo do guarda-chuva de inteligência. A montadora, de uma forma geral, já aplica bastante essa informação”, afirma o engenheiro Mithermayer Menabo, mentor de Conectividade da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade) Brasil.
As aplicações atuais de IA em veículos e caminhões estão presentes nos sistemas de frenagem automática de emergência, manutenção de faixa, controle adaptativo de cruzeiro; no uso de sensores; gestão de energia em veículos elétricos; assistentes de voz inteligentes (caso do Otto, citado acima), entre outros.
Para Cleber William Gomes, professor do curso de Engenharia Mecânica da FEI, a IA em carros tem aplicação em pelo menos três grupos principais. Veja abaixo.
- Aumento da Segurança Veicular: o sistema pode tomar decisões em tempo sensivelmente menor que o motorista e prever riscos, possibilitando a detecção de objetos e pedestres e desta forma, evitando acidentes.
- Funcionalidades por Software Embarcado: podemos considerar os veículos um robô com rodas, e esta afirmação se faz pela necessidade de desenvolvimento de algoritmos (rotinas computacionais) que em conjunto com motores, transmissões e todos os componentes do veículo que possuem módulos de controle (unidades de controle computacional), sejam aplicados para atender a rígidos protocolos de emissão de poluentes, diferentes tipos de combustível, metas de eficiência energética e sistemas integrados de gestão do veículo como um todo.
- Redução de custo operacional: no caso de veículos comerciais, a possibilidade de determinar intervalos de troca do óleo lubrificantes, troca de filtros e outros elementos de forma personalizada pode reduzir o custo operacional e ainda garantir maior durabilidade do veículo.
