O Territory de segunda geração, lançado por aqui em 2023, mostrou uma evolução enorme frente a primeira geração, de 2020. Mais maduro, eficiente, espaçoso, ágil, econômico, completo…bonito. Melhorou em tudo, praticamente. E, menos de dois anos depois, ele já foi reestilizado para a linha 2026. Rápido, né? Coisas do mercado chinês, onde um modelo não fica mais do que três anos sem mudanças nas lojas. O Territory é fabricado lá, onde se chama Equator Sport. 

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Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Como boa notícia, ele conserva o preço: R$ 215 mil, o mesmo praticado pela linha anterior. De novidades, conjunto óptico redesenhado (agora os faróis são em peças únicas, e não mais divididos em dois andares), grade mais fechada (lembra até o Explorer elétrico, vendido na Europa), parachoque mais “clean”, além de novas rodas aro 19 e parachoque traseiro retocado. Todos os emblemas “Ford” também mudaram, agora com fundo branco. 

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Por dentro, ele troca o azul marinho por preto com partes em laranja, enquanto ganha outro layout de multimídia (12,3”) e painel de instrumentos digital (12,3”). Os encostos de cabeça dianteiros foram redesenhados, e há novos itens de série: bancos dianteiros com aquecimento, luzes ambientes em LED personalizável, sistema de som com modo 3D e a inédita função de assistente de permanência em faixa no pacote ADAS, dentre outros pormenores.  

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Conforto, espaço interno e requinte são alguns dos principais pilares do carro, e nota-se isso logo ao abrir a porta: mesmo com entre-eixos não tão grande (2,73 m), ele esbanja uma tremenda folga aos cinco ocupantes, das maiores do segmento. Pela carroceria larga, atrás cabem três adultos com relativo conforto, sobrando (muito) espaço para cabeça, ombros e pernas. Assoalho plano, apoio de braço central, saídas de ar-condicionado e portas USB traseiras estão no pacote.  

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Os novos apoios de cabeça dianteiros de fato melhoraram a ergonomia, fazendo com que o posto de condução fique mais ereto. Aliás, o motorista do Territory vai em posição bem elevada, aproveitando a ampla visibilidade. Painel de instrumentos digital e multimídia cumprem a promessa de estarem mais simples e elegantes, só que ainda exigem alguns “malabarismos” pra mexer nos menus: meio complicado.  

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

A cabine é caprichada no acabamento e montagem das peças, superando com folga alguns rivais de peso nesse quesito. Além do espaço interno que chama a atenção, o porta-malas é bom (448 litros), assim como a quantidade de porta-trecos e espaços pela cabine. É um carro prático, no geral, mas o banco traseiro, plano demais, pode deixar as coisas muito soltas ali atrás. Os dianteiros agradam mais, com ajustes elétricos, ventilação e aquecimento.  

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Num percurso de aproximadamente 180 km, entre cidade e estrada, foi possível relembrar a pegada do Territory de segunda geração. “Relembrar”, pois ele não tem novidades mecânicas, ao menos oficialmente: segue o motor 1.5 turbo só a gasolina, com 169 cv de potência e 25,5 mkgf de torque, junto da caixa automatizada de dupla embreagem com sete velocidades (uma Magna-Getrag). Suspensões independentes, freios a disco nas quatro rodas e direção elétrica passaram por alguns poucos aperfeiçoamentos e reajustes discretos. 

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

O desempenho agrada, com força em baixas rotações e progressividade do torque, que cresce dos 1.500 aos 3.500 rpm. A calibração sensível do acelerador deixa o carro sempre pronto para as arrancadas, com auxílio da rápida caixa automatizada de dupla embreagem, que só dá um mínimo tranco nas saídas. Retomadas de velocidade são feitas sem muita demora, mesmo no modo Eco de condução, aquele que “murcha” o powertrain para melhorar o consumo.

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

 No Sport, o pedal do acelerador fica mais sensível, o motor sobe o giro de operação e a transmissão estica mais as marchas. A relação final é longa, privilegiando a suavidade, silêncio e baixo consumo nas viagens: são 2.500 rpm a 130 km/h, em 7ª. Motor e câmbio fazem pouco barulho, e vibram menos ainda, mostrando um bom trabalho de coxinização e isolamento acústico. O carro, no geral, é bem silencioso, incluindo suspensões ou mesmo sons do mundo exterior. 

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Lembrando das limitações típicas de SUVs, que tendem a inclinar e rolar mais nas curvas, o Territory agrada na condução. O acerto de suspensões foca no conforto e absorção de impactos, sem que isso prejudique muito a dinâmica da carroceria, considerada segura. A maciez também está no acionamento dos freios, ou no controle da direção (esse, dependendo, é até leve demais).  

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O tal do consumo? Pelo Inmetro, piorou de 9,5 km/l para 8,8 km/l na cidade, e de 11,8 para 11,2 km/l na estrada, por conta de novas calibrações para aprovação na fase 8 do Proconve, programa que controla as emissões de poluentes da frota nacional. Porém, na prática, ele parece manter as médias de antes: com três a bordo e ar-condicionado ligado, rondou os 13 km/l na estrada. Na cidade, aproveitando o Start & Stop, chegou perto dos 10 km/l, só com motorista.  

Ford Territory 2026 – Foto: Lucca Mendonça

A novidade já está chegando nas concessionárias, e a Ford lembra que o modelo antigo já não existe mais: estoque encerrado. De qualquer forma, levando mais pelo mesmo preço, é difícil que algum interessado pelo SUV Territory não curta essa linha 2026.