Em ritmo de eletrificação total, a Mercedes-Benz começa a vender hoje, oficialmente, três novos modelos movidos 100% a bateria. Depois de apresentar os luxuoso SUV Mercedes-Benz EQC (clique para ler), derivado do GLC, e o superluxuoso sedã EQS, baseado no “rei do luxo” Classe S, chegou a hora de “popularizar” a oferta de elétricos com os modelos EQA 250 e EQB 250, além de oferecer um sedã mais acessível, o EQE. São, respectivamente, as versões elétricas dos SUVs GLA e GLB e do sedã Classe E.

Este novo “trio elétrico” foi apresentado em um evento no parque o Ibirapuera, uma importante e famosa área verde de São Paulo, e todas as emissões de CO2 — geradas pelo transporte dos carros, abastecimento com eletricidade, transporte dos convidados e etc. — foram compensadas com medidas em conjunto com a empresa Zero Carbon. Tudo para deixar o evento mais limpo, dentro da proposta de eletrificação.

Falando em eletrificação, em almoço com o CEO brasileiro da marca, Carlos Garcia, confirmou à MOTOR SHOW que a marca alemã vai seguir o caminho dos elétricos a bateria, e não prevê o uso do hidrogênio como combustível, pelo menos não nos carros de passeio da marca. “Precisamos simplificar os processos de desenvolvimento e produção”, reduzindo os campos de atuação”, explicou.

A plataforma dos modelos EQA e EQB, com motor e tração dianteiros e bateria sob  assoalho

Os três novos elétricos da Mercedes-Benz começam já a ser vendidos nas 13 concessionárias especializadas na família EQ, com preços de R$ 480.900 (EQA), R$ 502.900 (EQB) e R$ 709.900 (EQE). Sim, carros elétricos são muito caros, mas lembre-se que um Fiat 500 ou um Mini Cooper elétricos já se aproximam de R$ 300 mil.

Todos os modelos já incluem, no valor da compra, um wallbox da Enel X para carregamento em 7,2 kW, a instalação do aparelho, e, em cidades cobertas pela ENel, até um ano de eletricidade grátis.

Demos uma volta rápida pelos arredores do parque em cada um de ambos, e deixamos aqui nossas primeiras impressões. Quando os modelos forem liberados para uma avaliação mais longa, publicaremos aqui.

Mercedes-Benz EQA 250: porta de acesso

elétricos mercedes

De olho no público mais jovem e conectado, talvez mais propenso a incorporar novas tecnologias, o EQA chega na versão única 250 com pacote externo e interno AMG-Line, com rodas aro 19 e muitos detalhes únicos.

O modelo aposta em conectividade, com uma excelente central multimídia de 10″ (mesmo tamanho do quadro de instrumentos, também digital), uma lista de equipamentos generosa, que inclui teto panorâmico e assistentes de direção nível 2, com itens como ACC, assistente de direção, frenagem de emergência, manutenção em faixa, etc.

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Com pouco mais de 4,46 m de comprimento — pouco maior que um Jeep Compass –, o EQA 250 tem motor e tração dianteiros. São 190 cv e excelentes 385 Nm, que ajudam bastante no bom desempenho: 0-100 em 8,6 segundos, com máxima limitada a 160 km/h. A autonomia é de 496 quilômetros (WLTP), graças a uma bateria de 66,4 kWh.

Ao volante, agradam os sistemas semiautônomos com atuação exemplar e o silêncio na cabine — quase é absoluto, é interrompido apenas pelo trabalho das suspensões no asfalto esburacada de São Paulo. As respostas ao acelerador não são brutas como em alguns elétricos, priorizando o conforto.

Também vale destacar a possibilidade de usar as aletas do volante — que seriam teoricamente inúteis, pois há só uma marcha — para aumentar ou reduzir, permitindo escolher entre andar com o carro mais “normal” e solto ou usar a máxima regeneração de energia e dirigir quase que com um só pedal.

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A posição de dirigir e as respostas da direção também são exemplares, como é típico dos modelos Mercedes. Quem viaja atrás, porém, sofre com pouco espaço para as pernas e o assoalho alto demais, que deixa os joelhos erguidos e costuma cansar em viagens longas. O porta-malas também deixa a desejar, com apenas 340 litros.

EQB 250: a família cresceu

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Mas, não há porque reclamar: se você precisa de mais espaço no banco traseiro e porta-malas, por R$ 22 mil a mais, o EQB 250 é a resposta. Além de ter bom espaço traseiro, com um banco mais elevado e confortável, o modelo, com 4,68 m de comprimento, tem um porta-malas de ótimos 495 litros, que ainda pode ser ampliado a 1.710 rebaixando a segunda fileira de bancos.

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Além disso, ele ainda tem dois bancos embutidos no porta-malas, fazendo dele a única alternativa ao chinês BYD Tan (leia aqui) entre os SUVs elétricos de sete lugares. São assentos que servem só pra crianças, e mesmo assim sem muito conforto, mas quem tem filhos pequenos sabe que pode ajudar muito a levar amiguinhos deles, etc.

Mecânica e bateria são exatamente as mesmas do EQA, mas como é maior e mais pesado, o EQB tem a autonomia um pouquinho menor —  474 quilômetros — e faz a aceleração de 0–100 km;h em ainda bons 8,9 segundos.

A única desvantagem do EQB em relação ao EQA aparece no design: para acomodar os bancos extras, o design é mais quadrado, como no antigo GLK, e não agrada a todos. Mas compensa pelo espaço extra na cabine, como dito.

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Em termos de acabamento interno, assim como no resto, o EQB é igual ao classe A: a cabine se destaca por uma acabamento digno da marca, sem dúvida nenhuma, como o teto solar duplo panorâmico, painel iluminado e tudo mais, e foi só ao entrar no EQE que senti que poderia ser melhor…

Mercedes EQE 300: precisa mais?

Somando R$ 210 mil ao valor do EQB 250, chegamos ao EQE 300. E, logo a entrar no sedã, a impressão é que vale a pena pagar mais. O design da cabine e o espaço interno, de cara, são muito superiores, assim como o acabamento e os recursos extras disponíveis. Basta olhar a foto abaixo.

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Além de teto panorâmico duplo, som premium, e uma lista de equipamentos completíssima, ele anda tem a central multimídia enorme, de 13,8″ com uma interface belíssima e fácil de usar, projeção de informações no para-brisa e muito mais, além de bancos enormes com aquecimento, refrigeração e vários tipos de massagens.

O design externo também é belíssimo, remetendo a cupês de quatro portas como o CLS, passando uma impressão de estabilidade — e registrando um coeficiente aerodinâmico muito superior, que traz vantagens na dirigibilidade e no consumo.

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Além disso, o elétrico EQE tem um autonomia maior, de 645 quilômetros, pois utiliza uma generosa bateria de 89 kWh. A rodar, é possível escolher entre o silêncio absoluto ou dois modos diferentes de sons (internos), um mais “espacial e futurista”, outro para saudosistas, que “imita” motor a combustão.

Mas o melhor do EQE em relação aos irmãos SUV está na mecânica. Aqui a tração é traseira e, embora os 245 cv não pareçam muito, são 550 Nm de torque, que garantem um excelente desempenho para sua proposta (não-AMG), com 0-100 em 7,3 segundos e máxima limitada a 210 km/h.

No mesmo asfalto esburacada em que EQA e EQB chacoalhavam um tanto e suas suspensões eram ouvidas trabalhando, o EQE, com suas suspensões a ar, passou como um tapete mágico, sem ruído e sem perceber os buracos. Resta ver sua dinâmica na estrada em um teste mais longo.

Nesse primeiro contato, como quem faz uma rápida degustação, já tenho meu favorito: o EQE. Pensando ecologicamente, na proposta dos carros elétricos, nem vejo, sinceramente, porque ter mais que este Mercedes EQE. Mas com certeza, para quem gosta de esportivos, uma versão mais potente cairia bem.

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