Quem vê o novo BMW Série 5 pode pensar: “pelo conservadorismo das linhas, essa novíssima versão deve ser uma simples reestilização da anterior…” Se você pensou dessa maneira ao olhar pela primeira vez a sexta geração do novo sedã da marca alemã, errou completamente em sua análise. O novo Série 5 é outro carro, que não tem nada a ver com o da geração anterior, que já era tido por especialistas como um dos melhores do mundo. A estrutura monobloco da carroceria, toda confeccionada em aço de diferentes espessuras e qualidades para torná-la mais forte e rígida e pensando em uma redução de peso, tem agora alumínio no capô, chapas laterais e nas portas. Esse conjunto ficou 23 quilos mais leve se comparado ao da versão anterior. Houve uma melhora na rigidez estrutural (55% maior que do modelo anterior), aumentando sua resistência torcional e a impactos. A distância entre-eixos foi aumentada em 8 cm com relação à versão E60, favorecendo o ganho no espaço interno e melhorando a dinâmica do novo carro, principalmente a estabilidade de marcha nas velocidades mais altas e a facilidade de contorno das curvas mais velozes.

Em alumínio também é confeccionada toda a suspensão dianteira, agora construída com duplos triângulos em vez da McPherson anteriormente utilizada. Aliou-se, nesse caso, a redução das massas não suspensas, o que reduz a inércia e melhora muito a performance das suspensões, com a precisão dos braços multilincados ao monobloco, que proporcionam pouca variação da inclinação das rodas com relação ao solo, melhorando a aderência nas diversas circunstâncias de utilização do carro.

A suspensão traseira permite agora um ligeiro esterço eletronicamente controlado das rodas traseiras em velocidades inferiores aos 60 km/h, o que torna suave e agradável suas utilização urbana.

O comportamento dinâmico, que já era referência, ficou ainda melhor

Buscando uma melhora na dinâmica e, ao mesmo tempo, uma redução na emissão do hoje temido CO2, a BMW partiu para mais uma importante alteração: o sistema de direção hidráulico foi substituído por outro, totalmente elétrico. Uma troca arriscada – pela excelente performance do sistema hidráulico anterior-, mas necessária pela imposição dos órgãos governamentais mundiais que exigem reduções nas emissões. O sistema elétrico é funcional e preciso como o hidráulico, além de mais leve e simples, e entra em operação apenas quando há exigência. Na prática, com ele, o carro consome menos combustível, conforme o objetivo.

O interior esbanja conforto. No alto e à direita, um mostrador para conta-giros, consumo e regenerador de energia da frenagem. Ao lado, ar e som traseiros

E não se pode falar na excelente dinâmica do novo Série 5 sem lembrarmos da sofisticada eletrônica embarcada do sedã alemão. É possível calibrar os amortecedores (confortáveis ou mais esportivos), o sistema de direção (mais leve ou firme para velocidades mais altas), as características de toda a dinâmica, inclusive com reações da transmissão e do motor aos comandos do acelerador. Tudo ao gosto do motorista naquele instante, dependendo da opção definida no iDrive. A grande mudança fica por conta da utilização de uma nova rede, uma espécie de intranet, cujas pesquisas foram capitaneadas pela BMW e apresentadas na Série 7 e que agora chegam à Série 5.

Sua vantagem sobre o sistema convencional é uma capacidade de transferência de informações 20 vezes maior. A nova rede, que brevemente estará sendo utilizada pela maioria dos grandes fabricantes, oferece uma numerosa gama de possibilidades e serviços, antes limitados pela rede anterior. O carro poderá contar com o recurso de várias câmeras, sensores, radares, fazer manobras juntamente com o sistema de direção elétrico e assim por diante. Acelerar, frear, mudar de direção, ter visão noturna com detecção de pedestres e ciclistas… Tudo automaticamente, contando com a enorme capacidade de transportar informações dessa nova rede. Um grande salto.

Na motorização a gasolina, a BMW oferecerá quatro versões de motores: um V8 turbo e três versões de seis cilindros em linha. O mais potente de 407 cv turbo equipará a 550i. O seis cilindros em linha mais potente tem três litros turboalimentado, produz 306 cv e equipará o 535i, versão que deverá ser o carro-chefe de nosso mercado. Depois virão duas versões aspiradas do mesmo seis cilindros, uma de 258 cv (528i) e outra de 204 cv (523i). Todos terão injeção direta de gasolina, que proporciona melhor performance com menor consumo. A transmissão automática é um excelente modelo ZF de oito marchas que, apesar dos 20 quilos a mais que a anterior, de seis marchas, é mais eficiente na qualidade e rapidez das trocas, além de permitir um escalonamento de marchas que permite aproveitar melhor a performance dos motores. Um salto significativo nos quesitos emissão, consumo e performance. Para o mercado nacional, seguindo uma tendência da grande maioria dos importadores, a BMW não deverá aumentar o preço dos novos modelos que chegam ao mercado europeu em março e, aqui, no meio do ano.