Há alguns meses, as concessionárias da Hyundai começaram a vender o novo ix35. O carro, que no resto do mundo é simplesmente a nova geração do Tucson, está sendo vendido no Brasil como um modelo de nível superior ao do utilitário que conquistou o mercado brasileiro desde 2004. Com isso, a marca reposicionou os preços do Tucson “antigo” e começou a montá-lo na planta de Anápolis (GO), usando o maquinário aposentado na Coreia. Apresentado oficialmente à imprensa apenas no mês passado, ele é vendido em cinco confi gurações. Só a de entrada (R$ 88 mil) tem câmbio manual de cinco marchas. Já com a transmissão automática, ele parte de R$ 93 mil. Essas duas versões já vêm de série com ar-condicionado digital, direção hidráulica, airbag duplo, ABS nas quatro rodas e controle do som no volante.Com tração integral, sai por R$ 108 mil e conta com itens como piloto automático, sistema de chave inteligente, banco do motorista com ajuste elétrico e ar-condicionado digital dual zone. No mais completo, foram acrescentados teto solar panorâmico, seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois de cortina, embora a marca insista que são oito), câmera de ré, controle de estabilidade e controle de frenagem. Nesta configuração é preciso abrir mão da tração integral – e o preço sobe para R$ 115 mil (é este o modelo que você vê nas fotos).

Com linhas ousadas e futuristas, o carro traz a nova linguagem visual da Hyundai. Segundo a montadora, o design foi inspirado no princípio de fluidez – o novo lema do departamento de estilo da marca. Destaque para a grade frontal hexagonal, que deve estampar também a dianteira de modelos futuros. O ix35 é maior que seu antecessor (8,5 cm mais comprido, 2 cm mais largo e 1 cm maior no entreeixos). Sua carroceria, totalmente nova, pesa 22,7 quilos a menos). O novo câmbio automático, além de ter mais uma marcha (são seis) e opção sequencial, ficou 12 quilos mais leve. Além disso, proporciona uma redução de 12 % no consumo e uma melhoria de 2,5 % na aceleração. Já o motor Theta- II 2.0 16 V, com comando variável de válvulas, gera 166 cv: mais potente que o anterior e dez quilos mais leve.

Acima, o botão de partida (que dispensa a chave nas versões acima dos R$ 100 mil) e, ao lado, a conexão para iPod no console central e a alavanca do novo câmbio automático de seis marchas

Com esse conjunto, seu comportamento dinâmico é elogiável, principalmente no uso urbano. Avaliamos a versão automática com tração dianteira: apesar de a transmissão dosar bem a potência, na estrada a agilidade fica comprometida por conta de seu alto peso (1.470 kg). Em determinados momentos, a troca sequencial de marchas pode ser a melhor opção – as mudanças são rápidas, assim como as reduções. No contorno de curvas o modelo também agrada: é firme e transmite segurança. Aliás, uma das novidades do ix35 é a suspensão traseira independente multi-link (na frente, MacPherson). Outra aposta da marca será o motor 2.4 de 177 cv (único oferecido nos EUA, onde o carro ainda se chama Tucson), que chega no ano que vem e garantirá um desempenho melhor.

Por dentro, oferece bom espaço para os ocupantes, mas falta a regulagem de profundidade do volante. Apesar disso, a ergonomia é boa.

O ix35 chegou para brigar com o Chevrolet Captiva, Honda CR-V e com o Kia Sportage, com quem compartilha plataforma e mecânica. Apesar de já ter apresentado o carro (leia nesta edição), a marca ainda não divulgou seu preço, que deve ficar em torno de R$ 75 mil – aposentando o Sportage atual. Se isso acontecer, tudo indica que a Hyundai adotará uma política de preço mais competitiva, assim como já fez em outras ocasiões – com o Azera, o Santa Fe e o próprio Tucson.

Nas versões top, o ix35 é caro: custa quase o mesmo que o Santa Fe, maior e com motor V6

Câmera de ré e teto solar panorâmico equipam apenas a versão mais cara, que, curiosamente, é oferecida só com a opção de tração dianteira