17/04/2015 - 11:57
Na apresentação do novo crossover T6 à imprensa nacional, Sergio Habib, presidente da JAC no Brasil, fez sua tradicional análise de mercado (o executivo é sempre muito detalhista com os números). Em seu discurso, chamou a atenção sua “comemoração” pelo atraso nas obras da primeira fábrica da marca fora da China – que ficaria pronta este ano em Camaçari, Bahia.
Habib explicou que a situação do mercado não é boa para quem está inaugurando fábricas agora. Pessimista, ele acha que as vendas de automóveis este ano cairão 20% ou até mais (no primeiro trimestre, houve uma queda de 16,23%). “Todo mundo achava que 2015 daria 4,1 ou 4,2 milhões de carros, e em 2018/2019 daria 5 milhões – e vamos estar com 3,6 milhões”.
E pior: o executivo não vê uma recuperação breve. “Não tem porque melhorar este ano, não vai acontecer. Nos próximos anos, pode ser até que cresça; Não 10%, mas 3, 4 ou 5%, no máximo, mas não vejo motivo para crescer mais”. Segundo ele, “para voltar ao patamar de vendas de 2012, quando emplacamos pouco mais de 3,6 milhões de veículos, teremos que esperar até 2019”.
Se a situação está tão feia, por que a JAC lança um novo modelo? Habib logo nos mostra que o segmento de SUVs/crossovers está na contramão do mercado (como algumas marcas que crescem em meio à queda geral: Toyota, Honda, Nissan, além das alemãs premium). Como esse tipo de carro está cada vez mais na moda, as pessoas estão deixando de comprar sedãs, hatches e monovolumes e migrando para os crossovers, então aí ainda vale a pena investir.
Sem pressa para construir sua fábrica, portanto, Habib confirmou a chegada de novos modelos importados da China. Ainda este ano, lançara o facelift do sedã J5 (abril) e, em dezembro, outro crossover, o T5 (do porte do EcoSport, com motor 1.5 e câmbio manual). Já para o ano que vem, confirmou o T5 com câmbio CVT (maio) e o T3 manual e CVT (agosto). Esse modelo, do porte de CrossFox e Sandero Stepway, é especialmente importante porque, apesar de chegar inicialmente importado da China, foi o escolhido para ser fabricado aqui quando a fábrica sair do papel. Será uma versão aventureira da família hatch/sedã que foi desenvolvida para o Brasil.