Salvo uma roda diferente aqui, uma grade mais rebuscada acolá e uma lista de equipamentos à época indefinida, a chinesa Omoda Jaecoo manteve o que exibiu na virada de 2023 para 2024, quando revelou seus planos para o Brasil – que começaram a se concretizar em abril deste ano.

Falta definir se reativará a fábrica da Caoa Chery em Jacareí (SP), fechada há três anos. A Omoda Jaecoo está no mercado brasileiro por iniciativa da Chery, à qual pertence, mas o parentesco com o grupo fundado por Carlos Alberto de Oliveira Andrade pode viabilizar a montagem local dos modelos Omoda E5 (elétrico) e Jaecoo 7 (híbrido).

Do último há duas versões disponíveis: Luxury, de R$ 230 mil, e Prestige, de R$ 250 mil, que o colocam numa briga “interna” já acirrada. Menos potente e mais espaços, BYD Song Plus e Haval H6 PHEV19 saem por R$ 250 mil e R$ 244 mil, respectivamente.

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A experiência com o SUV híbrido chinês começa em uma das 55 concessionárias da marca (localizada na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo), onde o gerente da loja entrega as chaves e sai logo explicando: “não é preciso dar a partida. Pisou no freio e engatou, é só sair”.

É o primeiro sinal do excesso de digitalização do modelo. O segundo surge algumas horas depois, quando o motorista enfim descobre que para ajustar os espelhos externos é preciso recorrer a central multimídia e depois as teclas nas extremidades do volante.

Em nome da eficiência, rodas de 19 polegadas são aerodinâmicas
Em nome da eficiência, rodas de 19 polegadas são aerodinâmicas (Foto: Mauro Balhessa/IstoÉ)

Na sequência, o Jaecoo 7 cai na obviedade dos conterrâneos, com painel de instrumentos digital, configurável e uma tela central ainda maior, na vertical. O resultado é que para sair, por exemplo, do Apple Car Play para baixar um grauzinho a temperatura ou selecionar outra estação de rádio da memória, navega-se mais do que o desejado (e recomendado) pelos menus da central multimídia.

E acaba aí o que se pode apontar de inconveniente no Jaecoo 7.

Modelo concentra recursos na tela vertical
Modelo concentra recursos na tela vertical (Foto: Mauro Balhessa/IstoÉ)

Enquanto vai lidando com o excesso de telas, o motorista também vai descobrindo que o Jaecoo 7 é bem confortável. O console suspenso traz um prático carregador de celular por indução e também garante um bom esconderijo abaixo dele, com entradas USB. Nem mesmo a iluminação personalizável da cabine atrapalha a discrição adotada no interior, algo incomum para um chinês. Os bancos dianteiros são elétricos, e há teto solar panorâmico. Destaque também para o porta-malas, de 500 litros.

Lanternas interligadas emprestam elegância ao SUV de linhas retangulares
Lanternas interligadas emprestam elegância ao SUV de linhas retangulares (Foto: Mauro Balhessa/IstoÉ)

No quesito desempenho o Jaecoo 7 também se sai muito bem. Vencida a autonomia elétrica de 79 km, a dupla motor a combustão 1.5 de 135 cv e elétrico de 204 – que juntos chegam a poderosos 339 cv e 52 kgfm de torque – garante ao SUV arrancadas e retomadas sempre vigorosas. A bateria tem 18,3 kWh e pode ser recarregada em até 40 kWh em corrente contínua (DC). Nesse caso, são 20 minutos até 80%. Em corrente alternada (AC), o carregamento é em até 3,3 kW.

A suspensão equilibra adequadamente maciez e firmeza, enquanto a resposta da direção segue o padrão da categoria, priorizando o conforto.

Na enxurrada de marcas chinesas no Brasil, a Omoda Jaecoo até aqui mostra que é do time das que vieram para ficar. E o SUV híbrido é um ótimo cartão de visitas.