Quando o Avenger foi apresentado, no Salão de Paris de 2022, a Stellantis imediatamente negou; há um ano, passou a admitir que estudava a possibilidade; no último dia 8, enfim, confirmou: venderá e produzirá o Avenger no Brasil a partir de 2026.

Até aqui talvez o mais promissor fruto da Stellantis – o conglomerado formado em 2021 a partir do casamento entre Fiat Chrysler e Peugeot Citroën –, o Avenger é o primeiro veículo da Jeep a atravessar a fronteira e tomar emprestada a plataforma para compactos CMA, desenvolvida pelos aliados franceses (é a mesma do Peugeot 208, por exemplo).

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Por conta dessa arquitetura (que em sua variação eletrificada atende por e-CMP), trata-se também do primeiro Jeep capaz de rodar movido apenas por eletricidade. “O Avenger é um componente-chave em uma estratégia global de eletrificação, à medida que a marca caminha para se tornar líder mundial em SUVs de emissão zero”, promete a marca.

Jeep Avenger será produzido e vendido no Brasil (Foto: divulgação)

Com 4,08 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,53 m de altura e 2,56 m de distância entre-eixos, o Avenger será posicionado abaixo do Renegade, que apresenta respectivamente 4,27 m, 1,80 m, 1,70 m e 2,57 m. O porta-malas, contudo, é maior: 350 litros (ora 380, a depender do padrão medido) contra 320 do Renegade – que carece de uma nova geração.

Credenciais não lhe faltarão. A principal delas é ter sido eleito o Carro do Ano de 2023 do prestigiadíssimo prêmio europeu Car Of The Year, atualmente em sua 62ª edição. Desde o início de 2023, quando começou a ser vendido, até agora, o Avenger soma mais de 100 mil encomendas.

Jeep Avenger será produzido e vendido no Brasil (Foto: divulgação)

“Desenvolvido com as necessidades específicas dos clientes europeus em mente, o novo Avenger é um SUV compacto que, com apenas quatro metros de comprimento, está posicionado no crescente segmento B-SUV, o segundo maior segmento europeu em termos de volume”, complementa a empresa.

O quarto modelo nacional da Jeep pegará embalo no curioso segmento que se forma abaixo dos SUVs compactos: hatches mais altos e robustos, com um ar (pretensioso, diga-se) de “mini SUV”. Já estão nessa Renault Kardian e o Tera, próximo lançamento da Volkswagen no Brasil. É o típico crossover, termo forte nos anos 1990 e sepultado pela avalanche dos utilitários esportivos.

RJ, PE ou MG?

Como a marca não foi além de confirmar venda e produção a partir de 2026 e o fez com um Avenger plantado na fábrica de Goiana, durante o lançamento do Renegade 10 Anos, abriu lacunas para que se questione se, de fato, as instalações pernambucanas ficarão mesmo apenas com a arquitetura Small Wide, base dos Jeep Renegade, Compass e Commander, do Fiat Toro e do Ram Rampage.

Interior do Jeep Avenger na versão híbrida, 4xe (Foto: divulgação)

Até para Betim (MG), a fábrica histórica da Fiat, já chutaram. Mas aparentemente o único caminho que faz sentido é Porto Real: uma vez construído sobre a plataforma CMP, natural que a produção do Avenger vá para a planta fluminense, já que de lá também saem os carros da Citroën (C3, Aircross e Basalt), igualmente amparados pela Common Modular Platform.

Há exatamente um ano a Stallantis anunciou aporte de R$ 3 bilhões entre 2025 e 2030 no Polo Automotivo de Porto Real e a “produção de um modelo inédito”, como dizia seu comunicado.

Na Europa, pode-se escolher entre um Avenger só a combustão, um híbrido ou um elétrico. Por aqui, é certo que adotará a tecnologia Bio-Hybrid, que combina motores flex ou a etanol a três sistemas híbridos, dos tipos BSG, HEV e PHEV.