Que o Jeep Renegade 4×4 vai introduzir um novo patamar de tecnologia no segmento de crossovers compactos parece que não há mais dúvidas. Afinal, o autêntico jipinho – único produzido pela própria Jeep, em Goiana, Pernambuco – chega com motor turbodiesel de 170 cv, câmbio automático de nove marchas e capacidade off road digna da tradição da marca. A avaliação completa dessa versão estará na revista MOTOR SHOW de abril, a partir de 31 de março nas bancas. Mas o Renegade que vai ter o maior volume de vendas será o de motor 1.8 flex, com 130/132 cv de potência (gasolina/etanol) e 18,6/19,1 kgfm de torque. Foi com a versão Sport manual, disponível a partir de 10 de abril por R$ 69.900, que rodamos hoje no Rio de Janeiro, onde o carro está sendo lançado.

Foi um test drive curto, de apenas 20,3 quilômetros, como costuma ocorrer nas convenções de lançamento do Grupo Fiat Chrysler no Brasil. Mesmo assim, deu para tirar várias impressões do Renegade 1.8 Sport. Rodando com ar-condicionado ligado e abastecido com gasolina, ele conseguiu uma boa autonomia de 8,0 km/l, segundo o computador de bordo. O trânsito estava bem ruim em alguns pontos. O consumo instantâneo caía bastante quando o carro encontrava trânsito livre. O número oficial da Jeep indica 9,6 km/l na cidade com gasolina e 6,7 km/l com etanol. Na estrada, segundo a montadora, ele faz 10,7 km/l (g) e 7,4 km/l (e). O modelo que dirigimos estava equipado com pneus 215/65 R16. Opcionalmente, as rodas de liga leve podem ser aro 17, mas isso prejudicará um pouco o consumo. Essa versão de entrada tem câmbio manual de cinco velocidades e tração 4×2 (dianteira).

A grande dúvida sobre o Renegade 1.8 4×2 era sobre o desempenho. Essa versão pesa 1.393 quilos e, a despeito de seus 130 cavalos com gasolina, demora para embalar. As respostas ao acelerador são lentas. Aparentemente, a Jeep priorizou o consumo no acerto do motor. Segundo o fabricante, o Renegade 1.8 Sport manual é capaz de fazer 0-100 km/h em 10,8 segundos com etanol e 10,2 segundos com gasolina. Mas isso não tira o brilho do Renegade, que causou excelente impressão nesse primeiro contato. O carro é surpreendentemente confortável e tem um acabamento superior ao do Ford EcoSport, líder do segmento.

O volante esportivo, com uma pegada grossa, é a primeira coisa boa que se nota ao dirigir o Renegade. Muito diferente do volante pobrezinho do EcoSport. Além disso, o volante é ajustável em altura e profundidade, tornando muito simples encontrar uma ótima posição de dirigir, pois os bancos dianteiros também têm regulagem de altura. O silêncio a bordo é incrível; quase não se houve o motor E.TorQ Evo 1.8 trabalhando. Da mesma forma, o acesso aos comandos é fácil e a cabine é bastante intuitiva. O painel de instrumentos é bonito, com grafismo exclusivo, passando ao motorista a sensação de que está dirigindo um carro “aventureiro”.  A disposição e profundidade dos porta-objetos também agrada bastante. A localização das entradas USB e auxiliar também é boa. O sistema pode conectar com bluetooth e mídias digitais. E o rádio dessa versão básica tem um som de boa qualidade.

Os bancos são de tecido, mas agradam por proporcionarem grande conforto e aconchego ao corpo. O espaço para cabeças e pernas, na frente e atrás, é excelente. Mas o que mais surpreende é a maciez do carro. O Jeep Renegade Sport realmente dedica atenção especial ao conforto, pois as suspensões são muito macias e devem agradar bastante às famílias que procuram um rodar suave. Claro que, em curvas mais fechadas e um pouco mais rápidas (dentro do pouco que foi possível observar rodando no trânsito carioca), a carroceria inclina. Essa rolagem é resultado da calibragem mole da suspensão. Todavia, como o perfil do comprador do Renegade Sport não é o sujeito que privilegia a esportividade, esse detalhe não comprometerá a segurança. Aliás, já na versão de entrada, o Renegade vem com controle de estabilidade e tração, direção elétrica, freio de mão elétrico, assistente de partida em rampa e sensor de estacionamento traseiro, entre outros itens.

Visualmente, o Jeep Renegade 1.8 flex pode ser diferenciado do Renegade 2.0 diesel pelo parachoque dianteiro. Devido ao compromisso off road, as versões a diesel não têm a aleta inferior que alonga o parachoque dianteiro, para melhorar o ângulo de ataque. O visual do carro é bem agradável e seu centro de gravidade é mais baixo que o do EcoSport. Por isso, a Jeep conseguiu deixar seu carro mais confortável sem comprometer a estabilidade. A visibilidade é ampla, acabando com qualquer sensação de claustrofobia a bordo. Suas linhas quadradas são interessantes e a frente tem muita personalidade, com a grade tradicional da marca Jeep destacando-se das soluções pasteurizadas de design que se costuma ver por aí. As lanternas traseiras são simples e funcionais, englobando luz noturna, sinalizador, luz de freio e luz de ré em uma única peça, marcada com um “x” que remete aos antigos modelos de guerra.

Finalmente, o pequeno porta-malas, que comporta apenas 260 litros, não chega a ser uma tragédia, pois sua área é retangular, sem invasão de caixas de rodas ou outros elementos. Em resumo, o Jeep Renegade tem tudo para ser um sucesso de vendas e as versões Sport 1.8 manual e automática (seis marchas) deverão liderar as vendas.

Veja aqui os preços e os equipamentos das outras versões do Renegade, bem como a galeria de fotos.