O Fiat 500 (Cinquecento, em italiano) chegou ao Brasil em 2009. Importado da Polônia, o carrinho custava caro demais para os padrões de consumo daqui. Agora, fabricado também no México, ele entra no País com isenções de impostos e, por isso, está mais barato.

Aproveitando essa boa fase, o modelo está passando por uma espécie de relançamento no mercado nacional e ganhou novos motores. Na versão de entrada, ele oferece o conjunto 1.4 Evo, semelhante ao do novo Uno. Nessa con guração, o carrinho já enfrentou o renovado Kia Picanto na edição de setembro de MOTOR SHOW.

Mas o 500 reserva outras novidades. Para os mais exigentes, a Fiat oferece uma versão mais so sticada, mecanicamente semelhante àquela que será vendida no mercado norteamericano com motor 1.4 de quatro cilindros com a exclusiva tecnologia MultiAir. Esse diferencial, desenvolvido pela própria Fiat na Europa, permite que um sistema eletrônico comande válvulas hidráulicas que atuam diretamente nos tempos de abertura e fechamento das válvulas, de acordo com as necessidades do momento. Para isso, o sistema considera a rotação do motor e quanto se pisa no acelerador. Essa tecnologia permite que o torque cresça muito nas baixas rotações, privilegiando a dirigibilidade e faz com que o consumo diminua de maneira signi cativa nas baixas e médias rotações, pois o motor opera sempre na sua máxima e ciência volumétrica.

Abaixo, em destaque, o sistema eletrônico MultiAir, que comanda válvulas hidráulicas que atuam nos tempos de abertura e fechamento das válvulas, sempre considerando a rotação do motor e quanto se pisa no acelerador

A redução no consumo leva direta e proporcionalmente à diminuição de emissão do famigerado CO2, hoje um dos maiores inimigos do planeta. Além disso, nas altas rotações, a potência máxima também aumenta por conta do tempo maior de abertura das válvulas e pela ausência da borboleta de controle da aceleração, que deixa de existir no novo sistema, reduzindo a perda de carga do ar de admissão nas tubulações.

Enquanto o motor 1.4 Evo da versão de entrada produz 85 cv e torque de 12,4 kgfm, a versão 1.4 MultiAir gera 105 cv e torque máximo de 13,6 kgfm. Mais torque e mais potência com consumo menor são os atributos do MultiAir, que, por enquanto, trabalha somente com gasolina.

A versão avaliada, Prima Edizione, é uma série especial numerada de 500 unidades com itens diferenciados, como o painel, as costuras vermelhas nos bancos, as faixas na carroceria, o spoiler e as rodas

O 500 é gracioso e tecnologicamente evoluído, mas tem limitações. O espaço, por exemplo, é bem pequeno atrás. Acomoda bem apenas crianças. O câmbio manual de cinco marchas (há um automático de seis velocidades) poderia ter relações mais longas, aproveitando melhor o torque. A 100 km/h, o motor está a mais de 3.500 rpm, aumentando ruído e consumo. Um diferencial mais longo talvez resolvesse o problema.

A versão avaliada é uma série especial numerada que custa R$ 50.400. Ela é feita a partir do 500 SportAir, o primeiro catálogo com opção desse motor, vendido a partir de R$ 48.800.