Em coletiva de imprensa realizada durante essa sexta-feira, 12, as autoridades de Santa Catarina divulgaram as razões para as mortes de quatro jovens, encontrados asfixiados dentro de uma BMW em Balneário Camboriú no dia 1º de janeiro. Segundo as forças de segurança, todos morreram devido à presença de uma grande quantidade de monóxido de carbono no interior do carro, causado por uma falha no escapamento do veículo, que havia sido modificado.

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De acordo com as investigações, as vítimas apresentavam sinais característicos de asfixia, e exames confirmaram a presença de monóxido de carbono nos cadáveres. O gás, em altas concentrações, substitui o oxigênio no sangue e gera a morte devido à falta de ar nos órgãos. A perícia determinou que não haviam drogas ou entorpecentes tanto no interior do carro quanto no corpo dos jovens.

Acredita-se que o componente tóxico vazou por uma abertura no downpipe do automóvel, uma peça modificada colocada no lugar do catalisador, e foi ao ar condicionado do carro, que teria sido ligado pelos jovens. As alterações no veículo original, que estavam de acordo com as normas da BMW, foram feitas para que o carro tivesse uma maior potência e que o motor fizesse ruídos mais elevados.

A presença de mil ppm (partículas por milhão) de monóxido de carbono foi detectada pela perícia dentro do veículo. Como referência, o aparelho responsável pela medição registrou entre 30 e 50 ppm no escapamento do mesmo carro sem as modificações. A quantidade expressada no interior do automóvel pode levar a inconsciência e uma possível morte dentro de duas horas.

De acordo com a Polícia Civil, as vítimas teriam ido da cidade de Paracatu (MG) para Florianópolis, e o veículo não apresentou nenhuma irregularidade durante o trajeto. Entretanto, testemunhas afirmam que no caminho para Balneário Camboriú, o condutor do carro, Tiago de Lima Ribeiro, de 21 anos, percebeu anormalidades no automóvel, mas só pararam por um tempo e voltaram à rota que seguiam normalmente.

O que aconteceu?

Após passarem a virada na praia com familiares, o veículo ocupado por Tiago de Lima Ribeiro, Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Karla Aparecida dos Santos, de 19, e Nicolas Kovaleski, de 16, seguiu para a rodoviária da cidade, onde iriam buscar a namorada de um deles. Ao chegarem no local, as vítimas já demonstravam sinais de enjoo e de intoxicação por monóxido de carbono.

Ao se encontrarem com a namorada de Gustavo, os quatro relataram não estar bem e decidiram ficar um pouco no veículo, com o ar condicionado ligado, para descansarem. Por volta das 7h, a companheira da vítima voltou ao veículo e percebeu que todos não estavam mais respirando, acionando o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que chegou em dez minutos e constatou o óbito dos jovens.

Modificações no escapamento

De acordo com a Polícia Civil, as modificações no escapamento foram feitas na cidade de Aparecida de Goiânia (GO), com a oficina, que não possui qualquer relação com a BMW, produzindo um downpipe considerado pelas autoridades como “caseiro”. Os mecânicos serão ouvidos pelas forças de segurança nos próximos dias, que podem vir a ser responsabilizados por homicídio culposo.

BMW

Em nota divulgada à época, a BMW afirmou que “lamenta o incidente e reforça que não tem registro de casos similares envolvendo o modelo BMW 320i original de fábrica”. A companhia também disse que “está à disposição das autoridades para esclarecimentos”.