12/11/2025 - 17:00
As promessas da Lecar não param. Com naipe quase político, seu fundador, Flávio Figueiredo, agora quer expandir insanamente sua rede de concessionárias. Vale lembrar que a marca, que quer trilhar por aqui um caminho semelhante ao que a Tesla criou nos EUA, promete uma fábrica pronta em Sooretama (ES) e dois carros à venda até o último trimestre do ano que vem. Sim: fábrica e carros prontos em meses…
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Anúncios e promessas
Ao menos, essas foram as primeiras promessas da empresa. Há algumas semanas, anunciaram primeiro que fariam uma espécie de compra programada parcelada com os dois carros (sedan “acupêzado” 459 e picape Campo), que agora podem ser adquiridos (ou reservados) em 48, 60 ou 72 vezes sem juros. Valores mensais? Entre R$ 2.212,50 e R$ 3.318,75. Só que nenhum dos modelos existe de fato: estão na fase de mockup e nem tiveram exemplares reais construídos.

Lecar quer vender 0 km em lojas de usados
Logo depois veio a ideia de vender 459 e Campo 0 km em lojas de carros usados, numa parceria que promete aproveitar estrutura física e equipe da revenda multimarcas, reduzir custos operacionais e facilitar o acesso aos veículos. Segundo a marca, “o novo método compartilha lojas de veículos seminovos já existentes e deverá ser expandido para todo o Brasil”, por menos de 5% do montante necessário para abrir uma concessionária oficial e dedicada. Isso significa cerca de R$ 150 mil, calcula.

Deu certo?
A proposta, aparentemente, deu certo, tanto que afirmam já ter outras três lojas encaminhadas para inauguração ainda em 2025: uma em São Paulo (SP), outra em São Bernardo do Campo (SP), outra em Marília (SP) e outra em Vitória (ES). Flávio Figueiredo, o dono da ideia toda e proprietário da marca, garante que 90 outras parcerias similares estão em “negociação avançada”, e a meta é terminar 2026 com mais de 150 concessionárias ativas pelo país. Carros e fábrica? Nada ainda.

“São empresários do mercado de seminovos, com anos de atuação, que enxergam a oportunidade de participar e fazer parte da historia do maior projeto de mobilidade sustentável do país”, diz Figueiredo, que até pouco tempo atrás se autointitulava “Elon Musk brasileiro”.

Treinando executivos
Em comunicado, a empresa ainda diz que o está caminhando com o chamado “Programa Executivos”, que forma profissionais de vendas independentes com suporte técnico, capacitação, e acompanhamento institucional. Calcula já ter 20 profissionais treinados e habilitados, e outros 200 em treinamento online. Enquanto isso, os interessados pelo carro podem pagar os quase R$ 160 mil cobrados pelos modelos, em parcelas ou à vista, nas concessionárias físicas.

Encara?
E aí, encara comprar um carro que ainda não teve nenhum protótipo funcional construído, e que tem promessa de produção de, pelo menos, daqui 1 ano, em uma fábrica que, de acordo com a Lecar, segue em fase de homologação?
